Nove pessoas foram assassinadas na noite de 17 de Junho de 2015, no interior de uma igreja de uma comunidade negra de Charleston, nos EUA. Elas foram massacradas pelo supremacista branco Dylann Roof, de 22 anos de idade, que disparou 77 tiros, depois de passar cerca de 40 minutos sentado ao lado de suas vítimas em uma leitura da Bíblia. A frieza do assassino mostra como ele planejou e premeditou o massacre, simplesmente por não tolerar a convivência com negros.
Durante o julgamento que condenou o supremacista Dylann Roof à pena de morte, após ser considerado culpado em dezembro de 2016 pelas 33 acusações que pesavam sobre ele,o advogado da Procuradoria, Jay Richardson, recordou ao tribunal que Roof "executou cruelmente pessoas que descreveu em seus escritos como meros animais selvagens".
Roof afirmou no encerramento do julgamento, realizado em 10 de Dezembro de 2016, que não se arrepende de nada que fez. "Ninguém me obrigou", disse Dylann Roof, falando em sua própria defesa no tribunal federal de Charleston, na Carolina do Sul.
A promotoria, ao final da preleção, disse: "Sentenciem este acusado à morte, por matar Clementa Pinckney", disse, se referindo ao pastor da igreja. Depois repetiu a frase nomeando as outras oito vítimas.
Em sua defesa, Dylann disse que o ódio sentido contra ele pelas famílias das vítimas, pessoas em geral, e pelo procurador é similar ao sentimento que ele teve para com os fiéis. E acrescentou, em um discurso pouco coerente, que sua atitude foi um impulso natural.
"Acredito que possamos dizer que ninguém em sã consciência quer ir a uma igreja matar pessoas", afirmou. "O que digo é que ninguém que odeie alguém tem uma boa razão para fazer isso".
Mas, em contrapartida, tentou buscar a compaixão do júri para obter prisão perpétua ao invés da sentença de morte.
"Tenho o direito de pedir a vocês prisão perpétua, porém não sei de que forma isso serviria. Só um de vocês precisa estar em desacordo com o resto do júri".
Em um vídeo antes do julgamento, Roof declarou: "Alguém tinha que fazer isso porque os negros estão matando os brancos o tempo todo na rua e estão estuprando as mulheres brancas", dizia Roof, calmamente, ao oficial do FBI.
Referindo-se a este vídeo e a outras provas de seu intenso racismo mostradas durante o julgamento, o procurador Richardson disse aos membros do júri que Roof "passou anos alimentando este profundo ódio. Este ódio que cada um de nós quer pensar que não é possível que exista em ninguém".
Em 17 de junho de 2015, Dylann Roof se juntou a um grupo de estudos da Bíblia na Igreja Metodista Episcopal Africana Mãe Emanuel, um símbolo da luta contra a escravidão em Charleston. Porém, minutos depois, inciou um massacre no qual nove pessoas negras morreram.
Culto lembra vítimas do ataque e multidão acompanha cerimônia. Polícia encontra manifesto racista supostamente escrito pelo atirador. Moradores da Carolina do Sul protestam contra bandeira considerada símbolo de ódio.