Em 13 de janeiro de 1989, o mundo se viu às voltas com um inimigo misterioso e desconhecido, algo sobre o qual as pessoas não tinham qualquer conhecimento ou tenha passado experiência com ele: inicia-se, nesta data, o ataque do primeiro vírus mundial de computador, um dos maiores problemas até hoje para os programadores em informática. O Sexta-feira 13 é o mais conhecido, mas atualmente são contabilizados pelo menos outros 14 mil vírus em todo o mundo. O Sexta-feira 13 atacou computadores em mais de 100 países.
De 1989 para cá os ataques por variados tipos só fizeram aumentar, gerando enorme dor de cabeça para o universo da computação, denotando que nada está seguro. E isso é tão preocupante que, tempos de spywares, phishing, spoofings e outros cibergolpes cada vez mais sofisticados, as pessoas quase tenham saudade da “inocente” época do primórdios da computação, onde a maior preocupação era com vírus que comprometiam o desempenho dos PCs.
Mesmo assim, naquela época, alguns desses vírus traziam muita dor de cabeça para muita gente - e o principal deles cai sob medida para o Sexta-Feira 13, que iniciou seus ataques exatamente em 13 de Janeiro de 1989, com a diferença para hoje de que se tratava de uma Sexta-feira.
Também conhecido como Jerusalém, esse vírus foi criado em 1987 e planeja se espalhar no dia 14 de maio de 1988, para “celebrar” o 40º aniversário da criação do estado judeu. Não por acaso, ele foi detectado pela primeira vez pela Hebrew University of Jerusalem. Como a internet ainda engatinhava naquela época, seu método de propagação era mais, digamos, local: ele se espalhava através de disquetes, CD-ROM e anexos em e-mails. Para ativar o Sexta-Feira 13, bastava que o calendário do PC marcasse essa mesma data. A partir daí, todos os programas e arquivos que estavam sendo utilizados eram infectados e eliminados.
Só que o planejamento de seus criadores falhou, e o poderoso Vírus retardou seus ataques, de 14 de Maio de 1988 para 13 de Janeiro de 1989.
O Sexta-Feira 13 tinha um tamanho de 419 bytes e infectava arquivos com as extensões “.com”, “.exe” e “.sys” e ampliava o tamanho dos mesmos sempre que eles eram executados no PC. Além disso, o vírus reduzia a memória disponível no computador e fazia com que o MS-DOS - o sistema operacional mais usado na época - ficasse mais lento. E, como dissemos acima, ainda deletava tudo o que via pela frente.
Para completar, o Sexta-Feira 13 pertencia à categoria dos vírus “bomba-relógio”, ou seja, caso não fosse eliminado, ele ficava “hibernando” na máquina, sendo ativado em todas as sextas-feiras 13, apagando os arquivos que eram usados naquele dia. Outros códigos maliciosos dessa categoria que fizeram “sucesso” na época eram o Michelangelo, o .
O Sexta-Feira 13 fez tanto barulho mundo afora que foi tema dos principais veículos da época. No dia 08 de outubro de 1989, o jornal The New York Times publicou uma matéria sobre o malware com previsões catastróficas. Entre as citações ao vírus na reportagem, está a de Pamela Kane, presidente da Paralex Ltd., que dizia que o Sexta-feira 13 "é um verdadeiro assassino, um dos mais desagradáveis que já vimos". Já Winn Schwartau, então presidente da American Computer Security Industries, sediada em Nashville, afirmou: "Não quero enganar ou criar um clima de pânico, mas estamos lidand com algumas empresas que possuem 10 mil PCs em rede. Nós já fornecemos software de vacina para 22 mil computadores em uma instalação no Canadá. Esse software foi desenvolvido para encontrar e neutralizar o vírus".