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Sequestro na Austrália termina com dois reféns e atirador mortos

Bandeira negra com inscrições em árabe foi pendurada em vidraça

A polícia da Austrália deu fim ao sequestro de 18 pessoas, nas instalações do Lindt Chocolat Cafe, em Martin Place, em Sydney, na madrugada de 15 de Dezembro de 2014. A operação desencadeada pela polícia foi sequenciada por um grande tiroteio, que resultou na morte do sequestrador/atirador e de dois reféns. O sequestro teve a duração de 16 horas e casou pânico e apreensão na população, especialmente junto às famílias das pessoas sequestradas. Uma brasileira estava entre os sequestrados e foi libertada.

Ao todo, 18 reféns estavam no café na hora do sequestro. Cinco conseguiram fugir um pouco antes. A imprensa local australiana identificou o clérigo muçulmano Man Haron Monis como o sequestrador. Ele já foi acusado de enviar cartas de ódio e abuso sexual.

De acordo com a agência Australian Associated Press, uma das vítimas fatais é Katrina Dawson, uma barista de 38 anos, estudante de direito e mãe de três filhos. O outro refém morto é Tori Johnson, de 34 anos, gerente do Lindt Cafe, segundo a emissora de TV ABC. Ele teria morrido ao tentar tirar a arma das mãos do sequestrador, que ameaçava outros reféns. As autoridades, porém, não divulgaram oficialmente as identidades dos mortos ou as circunstâncias de suas mortes.

Segundo Andrew Scipione, chefe de polícia de Nova Gales do Sul (estado do qual Sydney é a capital), vários tiros foram disparados enquanto o sequestro estava em andamento, o que levou os policiais a tomarem a decisão de invadir o local.

De acordo com Andrew Scipione o incidente tratou-se de um "caso isolado". As motivações do ataque ainda são desconhecidas.

Nas primeiras horas do sequestro, imagens da emissora de TV Channel 7 mostraram pessoas com as mãos para o alto e uma bandeira negra fixada em uma vidraça da lanchonete com um texto em árabe no qual se lia "Não há outro Deus que Alá e Maomé é o mensageiro de Deus".

Mais de 40 grupos muçulmanos australianos condenaram a tomada de reféns. "Nós rejeitamos qualquer tentativa de tirar vidas inocentes de seres humanos ou de instilar medo e terror em seus corações", afirmam em um comunicado, que chama a tomada de reféns de "ato desprezível". As autoridades também expressam seu apoio e solidariedade para com as famílias das vítimas e dizem esperar uma solução pacífica para o caso.

Os grupos muçulmanos indicaram que a inscrição "não representa um posicionamento político, e sim reafirma o testemunho da fé do qual se apropriaram de maneira indevida indivíduos desorientados que não representam ninguém, exceto a si mesmos".

"Este ato desprezível serve apenas para as agendas daqueles que buscam destruir a boa vontade do povo da Austrália e para prejudicar e ridiculizar a religião do islã e os muçulmanos australianos", completa a nota.

Brasileira refém

A família da brasileira Marcia Mikhael afirmou que ela foi libertada do sequestro com ferimento no pé e que passa bem.

O sequestro começou por volta das 21h de domingo (14) no horário de Brasília - 10h da manhã de segunda no horário local. Cerca de sete horas depois, cinco reféns deixaram o local. Após horas sem movimento, outro refém conseguiu escapar, seguido por mais cinco pessoas.

Logo depois equipes da polícia invadiram o local. Diversos disparos foram feitos no local, e também foram ouvidos outros sons altos. Em seguida os disparos cessaram e a movimentação policial diminuiu, restando apenas o barulho de um alarme de incêndio.

Após a movimentação, um robô do esquadrão antibombas foi visto entrando no prédio. Houve relatos mais cedo de que o sequestrador estaria com uma bomba. Ambulâncias foram levadas para a região, e paramédicos foram vistos entrando no café. Pelo menos uma pessoa, uma mulher que estaria ferida, foi retirada pelas equipes de resgate.

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