Foi no dia 05 de Abril de 1932, há 89 anos, que a história brasileira registra o primeiro voto feminino, consagrando uma luta que se desenvolvia há muitos anos. E o mais curioso disso é que esse primeiro voto foi dado por uma nordestina, Celina Guimarães Viana, que aos 29 anos, põe o Brasil no rol das democracias modernas, dando às mulheres a igualdade e o direito de votar.
Natural do Rio Grande do Norte, Celina dirigiu-se a um cartório de Mossoró e pediu para ingressar na lista dos eleitores, baseando-se na constituição estadual do seu Estado. Os potiguares foram os primeiros entre todos os brasileiros a regulamentar o sistema eleitoral sem “distinção de sexo”.
Assim, nas eleições de 5 de Abril de1928, Celina Guimarães Viana deu seu primeiro voto. Com seu gesto, e com a sua atitude de dirigir-se ao cartório eleitoral para se registrar legalmente, ela incentivou outras mulheres a fazerem o mesmo, e muitas delas também a computarem seus votos .
O movimento pela sufrágio feminino começou no final do século 19, na Nova Zelândia, primeiro país a garantir o direito das mulheres ao voto. Aqui no Brasil, a permissão para que as mulheres pudessem exercer seus direitos como eleitoras demorou a chegar. Foi somente no ano de 1932, por meio de um decreto do então presidente Getúlio Vargas, que as brasileiras puderam depositar suas opiniões nas urnas. Em 1934, o exercício passou a ser um dever.
Mas muito antes de Vargas autorizar a presença feminina nas votações do país, uma mulher de Natal solicitou seu registro para participar da eleição municipal de Mossoró (RN), em 1928. Ela era Celina Guimarães Viana, uma jovem professora.
Quem não gostou nada disso foi a Comissão de Poderes do Senado, controlada, naturalmente, pelos homens. O órgão decidiu invalidar o voto das mulheres. Mesmo assim, a ação de Celina teve impacto em outras mulheres e sua iniciativa deu forças para que a lei fosse aprovada quatro anos mais tarde.