Faz hoje seis anos, em 5 de novembro de 2015, que o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, causou a morte de 19 pessoas e se transformou, até então, no maior desastre da história causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais. A barragem pertencia à mineradora Vale. Toneladas de lama e terra foram despejadas no leito de rios da região. Apenas um mês depois, foram retiradas 11 toneladas de peixes mortos, oito em Minas e três no Espírito Santo. Seis anos depois, estes estados ainda sentem os impactos ambientais.
A barragem de Fundão abrigava cerca de 56,6 milhões de m³de lama de rejeito. Desse total, 43,7 milhões de m³ vazaram. Os rejeitos atingiram os afluentes e o próprio Rio Doce, destruíram distritos e deixaram milhares de moradores da região sem água e sem trabalho.
O acidente em Mariana liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que eram formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama. Apesar de não possuir, segundo a Samarco, nenhum produto que causa intoxicação no homem, esses rejeitos têm o poder de devastar grandes ecossistemas.
A lama que atingiu as regiões próximas à barragem formou uma espécie de cobertura no local. Essa cobertura, quando seca, formar uma espécie de cimento, que impedirá o desenvolvimento de muitas espécies. Essa pavimentação, no entanto, demorará certo tempo, pois, em virtude da quantidade de rejeitos, especialistas acreditam que a lama demorará anos para secar. Enquanto o solo não seca, também é impossível realizar qualquer construção no local.
A cobertura de lama também impedirá o desenvolvimento de espécies vegetais, uma vez que é pobre em matéria orgânica, o que tornará, portanto, a região infértil. Além disso, em virtude da composição dos rejeitos, ao passar por um local, afetarão o pH da terra e causarão a desestruturação química do solo. Todos esses fatores levarão à extinção total do ambiente presente antes do acidente.
Vinte e duas pessoas e quatro empresas respondem na Justiça pelo desastre ambiental provocado pelo rompimento da barragem da Samarco – 21 e uma delas por homicídio.
Para o Ministério Público Federal (MPF), faltaram medidas para prevenir a tragédia e as mortes. Apesar das reclamações relatadas nesta reportagem, a Fundação Renova alegou que os imóveis entregues em Barra Longa foram vistoriados e aprovados antes pelas famílias.
Pouco mais de três anos depois, também em Minas Gerais, o rompimento de barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, aconteceu e se tornou o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século. Foi o maior desastre ambiental da mineração do país, depois do rompimento de barragem em Mariana.
A tragédia deixou nada menos do que 270 mortos e até hoje são contabilizados 11 desaparecidos.
Pouco mais de cinco anos após o rompimento de sua barragem que matou 19 pessoas, a mineradora Samarco/Vale retomou as atividades em Mariana (MG). A licença para a operação foi emitida em outubro deste ano de 2020.
O reinício do funcionamento da mineradora foi anunciado pelo prefeito do município, Duarte Jr., em suas redes sociais. Ele registrou o encontro com executivos da empresa que foram informar sobre a retomada.
Quanto à punição aos responsáveis pelas tragédias, nada foi concretamente feito até hoje.