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Raul Seixas, o “Maluco Beleza”, permanece cercado de idolatria

Raul Seixas, o “Maluco Beleza”, permanece cercado de idolatria

O Brasil perdeu, há 30 anos, em 21 de Agosto de 1989, o cantor, músico e compositor Raul Seixas, o mais notável representante do Rock brasileiro. Raul tinha, ao morrer, 44 anos de vida, nascido em 28 de junho de 1945 em Salvador, Bahia. Desde criança admirador do astro norte-americano Elvis Presley, fundou o primeiro fã clube do artista no Brasil e em 1962 criou o próprio grupo, “Relâmpagos do Rock”, que depois passaria a se chamar “Os Panteras”.

Raul Seixas foi um dos mais importantes pioneiros e introdutores do Rock and Roll no país. O “Maluco Beleza”, como era conhecido, teve uma vasta e criativa produção musical, que incorporava a crítica social, e política somada com misticismo, entusiasmo e aventura. Era um grande amigo de Paulo Coelho, com quem escreveu diversas obras. Juntos, mergulharam no mundo do ocultismo e deram origem a obras como Gita, Novo Aeon, A Lei e Metamorfose Ambulante.

Uma das maiores influências de Raul Seixas, como filosofia de vida, era o ocultista britânico Aleister Crowley, homem que descobriu o Livro da Lei. Trata-se da Thelema, filosofia que preza a liberdade total e a lógica em que o indivíduo assume sua própria felicidade e busca o seu sentido da vida. A lógica thelemita é a da formação da Sociedade Alternativa.

Em 1973, Raul lançou seu primeiro disco solo, intitulado “Krig-há, Bandolo”, com músicas feitas em parceria com Paulo Coelho, que se tornou seu parceiro musical. Desse disco, várias músicas fizeram sucesso, entre elas: “Ouro de Tolo”, “Mosca na Sopa”, “Metamorfose Ambulante” e “Al Capone”.

Em 1975 renasce o disco Gita já havia vendido mais de 500 mil cópias. Entre as músicas do álbum se destacaram “Sociedade Alternativa”, “Medo de Chuva” e “Super Heróis”. Lança ainda o álbum “Novo Aeon”, com destaque para as músicas “Tente Outra Vez” e “Eu Sou Egoísta”.

Em 1976, Raul Seixas lança o álbum “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, com algumas canções de temática mística como “Canto Para Minha Morte” e “Ave Maria da Rua”. A faixa título foi um dos grandes sucessos do cantor. Em 1977 lança “O Dia em Que a Terra Parou”, com dez faixas, entre elas, “Maluco Beleza”, música que lhe valeu o apelido.

Entre os diversos lançamentos de Raul Seixas, o último, “A Panela do Diabo”, em parceria com o roqueiro Marcelo Nova, foi lançado em 1989, ano de sua morte.

Raul Seixas enfrentou sérios problemas de saúde pelo consumo de álcool, falecendo em São Paulo, no dia 21 de agosto de 1989.

Morreu em extrema dificuldade financeira, sozinho, em seu apartamento,em São Paulo. O prédio em que viveu, na capital paulista, transformou-se em ponto turístico para seus milhares de fãs. Embora tenha morrido em situação degradante na carreira, Raul Seixas jamais caiu no esquecimento.

O corpo do baiano Raul Santos Seixas foi encontrado pela empregada dele, na manhã do dia 21 de agosto de 1989, dentro do quarto, no décimo andar do prédio que ele alugava.

Raul tinha 44 anos de idade. Estava deitado sobre a cama. Usava um pijama listrado. Segundo os médicos, foi vítima de parada cardíaca decorrente de doenças como pancreatite aguda, alcoolismo e diabetes.

O músico havia deixado de tomar insulina na noite anterior, quando chegou bêbado na porta do prédio. Teve de ser carregado pelo porteiro até o apartamento 1003.

O Edifício Aliança, na Rua Frei Caneca, virou um ponto de peregrinação. As pessoas vão lá tirar foto na frente do edifício. Alguns, conduzidos pelo porteiro do prédio, se aventuram entrar no apertamento, o que para esses fãs é um momento de glória, pois, afinal, estão visitando o último lugar de morada do ídolo. Como se fosse realmente um marco porque Raul morreu naquele lugar. E aquilo ficou famoso por conta disso”, conta Tiago Bittencourt, jornalista e escritor do livro 'O Raul Que Me Contaram'.

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