No dia 22 de Dezembro de 1963, o navio TSMS Lakonia, um cruzeiro de passageiros que partiu de Londres no dia 19 com destino às Ilhas Canárias, para uma viagem de 11 noites, incluindo os festejos de Natal e Ano Novo, ardeu em chamas e afundou ao largo da ilha da Madeira, Portugal.
Morreram 128 pessoas, sendo 95 passageiros e 33 tripulantes.
O “Lakonia’ partiu de Southampton (Reino Unido), a 19 de Dezembro de 1963, e na sua origem de partida embarcaram 1023 pessoas num cruzeiro de 11 dias rumo às ilhas Canárias. O Funchal era o primeiro porto de escala do navio grego e o destino final de 170 passageiros que esperavam passar as férias de Natal na Madeira.
De acordo com os registos da época, o ‘Lakonia’, de 23283 toneladas, dispunha de piscinas, salões e bares, bem como de sala especial para recreio de crianças. Todas as noites havia dança, cinema e festas de gala. Na noite de 22 para 23 de Dezembro, decorria um animado baile trapalhão, quando o som da música deu lugar às sirenes de incêndio.
O fogo, que deflagrou por volta das 23 horas, terá começado no barbeiro (cerca de três decks acima da ponte de comando) e rapidamente se alastraria a todo o navio, destruindo a ponte de comando e a estação de rádio. As contraditórias e pouco audíveis instruções de segurança encontrariam também muitos passageiros já a dormir.
O fumo e as chamas impediriam, ainda, que as lanchas salva-vidas que se encontravam à proa da ponte de comando fossem lançadas. Mais tarde, as causas do incidente seriam atribuídas a um curto-circuito na instalação eléctrica. Os oficiais, incluindo o comandante do navio, o Capitão Mateoes Zarbis (53 anos), foram acusados de negligência. Até à viagem, a tripulação nunca tinha feito qualquer exercício de simulacro de incêndio.
Às 0h22 do dia 23 de Dezembro foi realizada a última chamada via rádio desde o ‘Lakonia’: “SOS. Última mensagem. Não posso ficar mais tempo na cabine de telegrafia. Estamos a abandonar o navio. Por favor, enviem assistência imediata. Por favor, enviem auxílio”.
Vários navios acorreram ao apelo do ‘Lakonia’, que se encontrava a menos de 180 milhas da costa madeirense, dentre os quais o argentino Salta e o britânico Montcalm, que participaram activamente nas operações de salvamento. Não voltaram a ser captadas outras mensagens de bordo do navio, o que era esperado às 8 horas da manhã no Funchal, aonde nunca chegou a aportar.
Do desastre, resultaram 128 mortos (95 passageiros e 33 membros da tripulação), de várias nacionalidades. Destes, 55 sucumbiram às chamas e os restantes faleceram por afogamento, hipotermia ou ferimentos ao atirarem-se para o mar. A maioria das vítimas tinha mais de 65 anos de idade.