Um dos mais autênticos ícones da música brasileira, um verdadeiro mito, Carmen Miranda, fez o Brasil parar no dia 5 de agosto de 1955, com sua morte prematura, aos 46 anos de idade, em plena vigor artístico. Fãs por todo o país e em várias partes do mundo choraram a partida de Carmen que, embora tendo nascido em Portugal, foi uma brasileira no seu DNA artístico, levando nossa música e seu jeito alegre e inovador de se apresentar nos palcos em diversas partes do universo, tendo uma forte atuação no cinema, estrelando muitos filmes em Hollywood.
Ela morreu em sua casa, em Los Angeles, nos EUA, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Nascida no dia 9 de fevereiro de 1909, em Marco de Canaveses, em Portugal, ela tinha pouco menos de um ano quando veio com a família para o Rio de Janeiro. Com vocação para seguir a carreira artística, aos 20 anos, foi apresentada ao compositor Josué de Barros que, encantado com seu talento, passou a promovê-la em editoras e teatros.
O sucesso não demorou a chegar e veio no ano seguinte com a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí"), de Joubert de Carvalho. Pouco depois, ela já era apontada como uma das principais cantoras do Brasil. Em seguida, Carmem assinou contrato com a rádio Mayrink Veiga, onde ficou até 1936, quando se transferiu para a Tupi.
Em 20 de janeiro de 1936, estreou o filme “Alô, Alô Carnaval” com a famosa cena em que ela e Aurora Miranda, sua irmã, cantam "Cantoras do Rádio". Três anos depois, veio a chance de fazer carreira nos Estados Unidos. A estreia de Carmem aconteceu no espetáculo musical "Streets of Paris", em Boston. Seu sucesso de crítica e público foi enorme. Sua fama não parou de crescer e, no dia 5 de março de 1940, ela se apresentou ao presidente Franklin Roosevelt durante um banquete na Casa Branca.
Entre 1940 e 1953 atuou em 14 filmes em Hollywood e esteve nos mais importantes programas de rádio, TV e teatros dos EUA. Carmem Miranda chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos.
Em 1947, ela se casou com o norte-americano David Sebastian, com quem viveu uma relação bastante difícil. Nos EUA, Carmen começou a usar barbitúricos para dar conta da sua agenda lotada. Além disso, bebia e fumava bastante, o que potencializava o efeito dos remédios. Em 1954, ela retornou ao Brasil após 14 anos e fez tratamento no Rio de Janeiro para se desintoxicar. No ano seguinte, Carmem retornou aos EUA após leve melhora, mas, não demorou muito voltou aos antigos vícios, o que acabou resultado na sua prematura morte, em 1955.