O 24 de agosto é uma data fatídica para a política brasileira, pois foi numa data igual a esta que o país registrou dois episódios que trouxeram grandes transtornos e tumultos à vida nacional.
O primeiro deles foi em 24 de Agosto de 1954, quando o Presidente Getúlio Vargas, que marcou sua vida política por notável popularidade e pela adoção de medidas revolucionárias em favor dos trabalhadores brasileiros, tirou a própria vida, com um tiro no peito.
Getúlio ficou para a história não apenas por sua trajetória de reformas trabalhistas, da implantação da CLT e do salário mínimo, mas muito marcado pela carta que escreveu minutos após se matar:
“Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada temo. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história".
O Brasil tomou conhecimento sobre o ato fatal de Getúlio Vargas através de um pronunciamento do ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, que leu a carta-testamento do presidente.
Com a morte de Getúlio, multidões saíram às ruas. Enfurecidos, manifestantes depredaram a sede da Tribuna da Imprensa, o jornal de Carlos Lacerda, o mais cruel dos adversários de Getúlio. Uma massa humana de 100 mil pessoas, a maioria em pranto incontrolável, desfilou diante do caixão do presidente, velado no antigo Palácio do Catete, no Rio. A imprensa noticiou que cerca de 3 mil pessoas presentes ao velório, vítimas de desmaios, mal-estares, crises nervosas e problemas de coração, precisaram ser atendidas pelo serviço médico .
O outro episódio grave, que trouxe no seu rastro o agravamento da crise política e econômica que vinha as abatendo sobre o Brasil, aconteceu em 24 de Agosto, quando a Câmara dos Deputados deu início ao processo de Impeachment do então Presidente Fernando Collor de Mello.
Collor chegará à Presidência da República levado por imensa popularidade, apoiado pela Rede Globo e pela grande mídia, com a promessa de acabar com a corrupção, auto-intitulando-se como o “ Caçador de Marajás”.
Na Presidência, Collor fez uma administração desastrada, tendo como principal feito o confisco da poupança dos brasileiros, um gesto que causou revolta em todo o país e muitos traumas, inclusive depressão e morte de vários idosos que tinham seu dinheiro depositado em poupança.
Três meses após sua posse começam a surgir as primeiras denúncias de corrupção, especialmente pelas relações do presidente com o ex-tesoureiro de sua campanha eleitoral, Paulo César Farias.
A principal ameaça ao poder de Fernando Collor veio de seu próprio irmão, Pedro Collor de Mello, que apontou negócios escusos de Fernando com PC Farias.
Depois de instalado na Câmara em 24 de Agosto de 2012, o Impeachment chega ao fim em Dezembro quando, acossado e sem mais nenhuma chance de defesa, Fernando Collor renúncia para não ser cassado.