Miguel Arraes de Alencar, ex-governador de Pernambuco e um dos maiores líderes da esquerda no Brasil, e seu neto, Eduardo Campos, também ex-governador pernambucano e ex-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), morreram na mesma data. O primeiro, em 13 de Agosto do ano de 2005; já Eduardo Campos perdeu a vida em 13 de Agosto de 2014, num acidente aéreo na cidade de Santos, no litoral paulista.
Miguel Arraes, nascido em 1916, morreu aos 89 anos, vitimado por um choque séptico decorrente de infecção respiratória, agravada por uma insuficiência renal.
Eduardo Campos, nascido em 1965, contava apenas 49 anos quando morreu e se encontrava no auge da sua carreira política, que se iniciou muito cedo, tendo sido, além de governador do Estado de Pernambuco, por dois mandatos, ex-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Deputado Estadual, Deputado Federal e Secretário da Fazenda. Foi Ministro da Ciência e Tecnologia. Foi pré-candidato à Presidência da República, pelo PSB, para as eleições de outubro de 2014, mas a morte interrompeu seus sonhos.
A carreira política de Miguel Arraes de Alencar começa também muito cedo, aos 32 anos de idade, em 1948. O ex-presidente do IAA, Barbosa Lima Sobrinho, eleito Governador de Pernambuco, nomeia Arraes para Secretário da Fazenda do Estado, cargo que exerceu até 1950. Foi Deputado Estadual pelo Partido Social Democrata (PSD) de 1950 a 1958. Em 1959 candidata-se a prefeito do Recife pelo (PSD) e elege-se conseguindo derrubar as oligarquias locais.
Em 1962, Miguel Arraes se candidata a governador de Pernambuco pelo Partido Social Trabalhista (PST) e em 1963 inicia seu mandato, marcado pelo apoio às Ligas Camponesas e à reforma agrária. Firmou um pacto com os usineiros garantindo benefícios para os trabalhadores da cana-de-açúcar, garantindo os direitos sociais e trabalhistas incluindo o pagamento do salário mínimo.
No dia 31 de março de 1964 um golpe militar depôs o presidente João Goulart. No dia 1.º de abril de 1964 os avanços sociais do governo Arraes foram interrompidos. Por não se aliar aos militares foi deposto pelo golpe. Saiu do Palácio dos Campos das Princesas escoltado e levado para o 14º Regimento de Infantaria, no Recife e depois para Fernando de Noronha.
A morte de Eduardo Campos, em 2014, causou grande comoção em Pernambuco e ampla repercussão em todo o país. Eduardo era um político promissor, de ideias avançadas e tinha chances reais de chegar à Presidência da República.