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Massacre em escola no interior paulista deixa 10 pessoas mortas

E para terminar o massacre, um dos atiradores matou seu comparsa e em seguida suicidou-se. Essa foi a nona vez que esse tipo de crime ocorreu em escolas brasileiras

Foi nesta data, em 13 de Março de 2019, que a cidade de Suzano, no interior de São Paulo, sofreu um grande abalo na convivência diária de seus moradores, quando dois atiradores, ex-alunos da Escola Estadual Professor Raul Brasil, invadiram a sede da instituição de ensino e, armados fortemente, começaram a atirar contra estudantes, funcionários e professores. Eles, em pouco tempo, deixaram 5 estudantes e duas funcionárias mortas. Antes de invadir a escola, em um estabelecimento comercial, eles mataram o tio de um dos assassinos.  

E para terminar o massacre, um dos atiradores matou seu comparsa e em seguida suicidou-se.  

Essa foi a nona vez que esse tipo de crime ocorreu em escolas brasileiras. 

Massacre em escola no interior paulista deixa 10 pessoas mortas - Imagem: Reprodução

O crime aconteceu por volta das 9:30 da manhã de uma quarta-feira, 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, localizada na rua Otávio Miguel da Silva, em Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. 

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, entraram encapuzados, com coturnos táticos e balaclavas de caveira na unidade escolar, efetuando diversos disparos de arma de fogo durante o horário do intervalo e atingindo dezenas de pessoas.  Antes do crime, no mesmo dia, um dos assassinos postou uma série de imagens em uma rede social, em que ele aparecia com a máscara de caveira, portando a arma de fogo utilizada e fazendo um símbolo de arma com a mão na cabeça.  

Conforme o Censo Escolar de 2017, a instituição possui 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio.  A instituição foi isolada pela polícia, que encontrou um revólver calibre 38, jet loaders, dispositivos plásticos para recarregamento rápido de arma, uma besta, um arco e flecha tradicional, garrafas que aparentavam ser coquetéis molotov, uma machadinha e uma mala com fios que levou ao acionamento do esquadrão antibombas. 

Momentos antes do ataque à escola, por volta das 9 horas, Guilherme Taucci havia atirado em seu tio, o comerciante Jorge Antônio de Moraes, dentro de uma revendedora de veículos de Jorge, nas proximidades. O homem foi levado ao hospital mas não resistiu aos ferimentos, morrendo horas depois.  Segundo o que se apurou nas investigações, além de Jorge, eles também planejavam matar mais uma pessoa, um eletricista vizinho de Luiz Henrique, que seria morto por este, pois haviam tido um desentendimento meses antes. Era uma espécie de pacto entre os dois criminosos, em que cada um mataria um desafeto antes do massacre na escola. Uma hora e meia antes do ataque à escola, Luiz Henrique foi até a casa do vizinho. Ao encontrar o portão trancado, passou a chamá-lo insistentemente, mas o homem não atendeu e Luiz foi embora. 

Os assassinos supostamente buscaram ajuda para planejar o atentado no Dogolachan, um imageboard, fórum onde todos os participantes são anônimos, também conhecido como chan, abreviatura de channel. O fórum é conhecido por sua apologia ao terrorismo e à violência, com conteúdos pautados em intolerâncias às minorias e machismo. 

De acordo com as apurações, entre as motivações que levaram ao massacre estavam o bullying, isolamento social e o desejo de superar o massacre em uma escola de Columbine, nos Estados Unidos, pois queriam ser lembrados pela quantidade de mortes e armas. Tinham o pensamento de que faziam um "ato heróico". Um terceiro suspeito, que não participou do ato e esteve envolvido diretamente, afirmou que eles também tinham a intenção de realizarem estupros. 

Antes deste ataque, outros oito já haviam ocorrido em escolas brasileiras, entre 2002 e 2018.

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