A data de hoje marca os 74 anos de vida de um do notável músico, compositor e cantor brasileiro, Jorge Ben Jor, nascido em 22 de março de 1945. Desse tempo, 58 anos são dedicados à carreira artística, iniciada em 1961, quando ele contava apenas 16 anos de idade.
Ben Jor nasceu no Rio de Janeiro. Seu pai, Augusto Menezes, tocava pandeiro no Bloco Cometa de Bispo e também era cantor e compositor. Muito pobre, Jorge passou a infância na favela da Rua do Bispo, no bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro. Aos 13 anos aprendeu a tocar pandeiro e dois anos depois, passou a integrar o coral da igreja local que frequentava. Aos 16 anos, já fazia parte da Turma do Matoso, formada por um grupo de amigos que se encontravam na Rua Matoso, no bairro da Tijuca, entre eles Erasmo Carlos, Tim Maia e Roberto Carlos. Aos 18 anos, Jorge aprendeu a tocar violão sozinho.
Jorge iniciou sua carreira artística em 1961, tocando pandeiro com o Copa Trio, liderado pelo organista Zé Maria. Ele apresentou suas primeiras músicas no Little Club, no Beco das Garrafas, na época, um dos únicos lugares no Rio que tocavam jazz brasileiro e bossa nova. Ao mesmo tempo, ele atuava como cantor de rock na boate Plaza, onde Johnny Alf introduziu as harmonias de jazz que revolucionaram a música popular brasileira.
Em 1963, gravou duas músicas, “Mas Que Nada” e “Por Causa de Você”, que entraram para o repertório do disco “Tudo Azul” de Zé Maria. Pouco tempo depois, recebeu um convite da gravadora Philips para gravar o seu próprio compacto simples com as mesmas canções, com apoio do Copa Cinco. A aposta da gravadora foi um sucesso nas rádios e nas lojas. Nesse mesmo ano, Jorge lançou seu álbum de estreia, “Samba Esquema Novo”, que atingiu a marca, até então sem precedentes, de 100 mil cópias vendidas.
Em 1965, Jorge Ben passou três meses em turnê pelos Estados Unidos e o programa Jovem Guarda estreou na TV Record. Nessa mesma época, aderiu ao “iê-iê-iê”, nome dado ao rock brasileiro derivado do estilo dos Beatles. O movimento não foi bem visto pelos músicos e cantores associados à Elis Regina, que havia declarado guerra ao rock em seu programa “O Fino da Bossa”. A reação hostil foi similar com o que Bob Dylan enfrentou com os folkies em Newport, em 1965. Entusiasta de longa data do gênero, Jorge Ben era conhecido como “Babulina” em seu círculo social, por amar “Bop-A-Lena”, de Ronnie Self.
Não havia como negar que suas raízes estavam ligadas ao samba, mas ele queria criar uma nova dimensão no gênero. Ele foi pioneiro ao criar o samba elétrico, que absorvia influências do rock e do pop. Como Jorge era um sambista apoiado pelo público do jazz, ele foi convidado para participar do programa “O Fino da Bossa”, duas vezes por semana. Nessa mesma época, foi convidado por Erasmo Carlos para cantar “Agora Ninguém Chora Mais” no programa da Jovem Guarda. No dia seguinte, Jorge Ben foi retirado do programa “O Fino da Bossa” pelos produtores. Permanecendo na Jovem Guarda, Jorge se uniu a Pery Ribeiro, Erasmo Carlos, Wilson Simonal, Bossa Três e Carlos Imperial para criar um novo ritmo, o chamado “samba-jovem”, que misturava o “iê-iê-iê” com a bossa nova.
Enquanto Jorge Ben enfrentava dificuldades em seu país, nos Estados Unidos Sergio Mendes e Brasil ’66 gravaram “Mas Que Nada”, conquistando as paradas de sucesso daquele país. Nessa mesma época, José Feliciano gravou a canção “Nena Naná” e Herb Alpert gravou “Zazueira”, ambas de autoria de Jorge Ben.
No fim de 1968, participou do programa “Divino, Maravilhoso”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, exibido na TV Tupi. Em 1969, lançou os clássicos “Minha Menina”, “País Tropical”, “Que Pena” e “Cadê Teresa”, que faziam parte do repertório do disco “Jorge Ben”. Em 1970, apresentou sua canção “Eu Também Quero Mocotó” na quinta edição do FIC (Festival Internacional da Canção), acompanhado do maestro Erlon Chaves, Banda Veneno e o Trio Mocotó.
Em 1972, realizou apresentações na Itália, Portugal e Japão, onde ele gravou um disco ao vivo. Nesse mesmo ano, foi o campeão do sétimo FIC, com a canção “Fio Maravilha’, interpretada em parceria com Maria Alcina. A música foi incluída no LP “Ben”, lançado no mesmo ano.
Nos anos 80, Jorge Ben finalmente se consolidou como um artista internacional. Sua crescente popularidade no exterior rendeu diversos convites para apresentações em renomados festivais de jazz e world music.
Em 1985, ao assinar com a gravadora Warner, alterou seu nome artístico de Jorge Ben para Jorge Ben Jor, para evitar que suas composições internacionais e direitos autorais fossem pagos à George Benson.
Em 1991, sua canção “W/Brasil (Chama o Síndico)” se tornou um grande hit nas pistas de dança do Reino Unido e da Europa, quando uma nova geração de jovens passou a conhecer o seu trabalho.Após um período em turnê internacional, lançou o disco “Recuerdos de Asunción 443”, em 2007. O álbum contava com novas versões de canções inéditas das décadas de 70 e 80.
Após um período em turnê internacional, lançou o disco “Recuerdos de Asunción 443”, em 2007. O álbum contava com novas versões de canções inéditas das décadas de 70 e 80. Jorge Ben Jor segue realizando apresentações e turnês, além de atuar como compositor para outros artistas.