A data de hoje é reservada no calendário para marcar o Dia do Esportista, uma homenagem 19 de Fevereiro de 2021 (Sexta-feira) originalmente criada a partir da Lei nº 8.672, de 6 de Julho de 1993, conhecida como "Lei Zico". No artigo 54 constava que o dia 19 de fevereiro seria destinado como Dia do Esportista.
A Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, conhecida popularmente por "Lei Pelé" ou "Lei do passe livre", revogou a Lei Zico, estabelecendo o dia 23 de junho como o Dia do Desporto, mesma data do Dia Mundial do Desporto Olímpico. No entanto, a população mantém a antiga data ainda hoje como o dia para comemorar a prática do esportismo no Brasil.
O Dia do Esportista é, assim, celebrado popularmente, todos os anos, em 19 de fevereiro. A data tem o objetivo de incentivar, conscientizar e homenagear a prática do esporte, como meio para o desenvolvimento de uma vida muito mais saudável. O exercício físico atrelado com uma dieta saudável é recomendado por todos os especialistas em saúde para manter uma boa qualidade de vida. Aprender a trabalhar em equipe, concentração, paciência, cooperativismo e fortalecimento muscular são algumas das várias vantagens que a prática do esporte garante para o ser humano, seja fisicamente ou mentalmente.
E foi exatamente num dia como esse, consagrado ao Esportista, que nasceu a maior glória do futebol feminino do Brasil, a estrela Marta Vieira da Silva, a Marta, é a principal jogadora de futebol do mundo e atua em campo na posição de atacante. Nascida no município de Dois Riachos, em Alagoas, no dia 19 de fevereiro de 1986, a brasileira é chamada de rainha do futebol e foi eleita seis vezes como a melhor jogadora do mundo pela Federação Internacional de Futebol (Fifa).
A atleta teve uma infância humilde no interior de Alagoas. O pai deixou a família quando ela tinha apenas um ano de idade. Desde então, Marta e os três irmãos (Ângela, José e Valdir) foram criados pela mãe Tereza da Silva. A jogadora não é casada e não tem filhos.
O interesse de Marta pelo futebol surgiu nos primeiros anos de vida. Ainda criança, ela gostava de jogar com os garotos, no interior de Alagoas. Era a única menina no grupo, e, em uma época em que o preconceito ainda era muito grande em torno das mulheres no esporte, Marta “ignorou” as críticas e discriminação das pessoas em volta.
Para ajudar no sustento de casa, Marta dividia o tempo em que não estava nos campos de “pelada” (local onde se joga futebol amador) pelo trabalho de “carroçagem”, nome dado à atividade de empurrar um carrinho de mão com produtos em uma feira da região. Ela também vendia roupas e sacolés e aceitava os demais serviços que encontrava na feira, além de lavar pratos na casa das famílias de amigas para ganhar algum valor que ajudasse em casa.
Na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Santana do Ipanema/AL, era realizada a Copa Infantil de Futsal, uma das principais competições que haviam na região, e o técnico Luiz Euclides, o “Tota”, aceitava que uma menina, a Marta, jogasse com os garotos.
Desde essa fase, ela já demonstrava muita habilidade e força, e, algumas vezes, sobressaía-se frente aos meninos. A situação acabou se complicando, já que alguns deles ameaçavam machucá-la, com isso, o técnico tomou uma decisão administrativa que a afastou dos jogos. A competição passou a ser chamada de Copa AABB de Futsal Masculina, impedindo a participação feminina.
Apesar da decepção da jovem garota em não poder mais jogar, ela não desistiu. Passado alguns dias, o técnico Tota conseguiu testes para Marta no Rio de Janeiro. Ela faria dois testes: primeiro no Vasco e depois no Fluminense. Com a carroçagem e a ajuda de pessoas próximas, Marta conseguiu juntar um pouco de dinheiro para pegar um ônibus sozinha, aos 14 anos de idade, com destino ao Rio de Janeiro.
Marta não chegou ao Fluminense, mas foi aprovada em seu primeiro treino no Vasco. Nos primeiros minutos do teste, ela já se destacou entre as outras garotas. Ficou no Vasco por três anos e foi emprestada ao Santa Cruz, de Minas Gerais, onde ficou por pouco tempo, até que o clube carioca negociou a venda da jogadora para um clube da Europa.
Veja a trajetória de Marta entre os clubes da Suécia, Brasil e Estados Unidos:
Umeå IK - Suécia
A rainha do futebol começou a destacar-se para o mundo quando chegou ao Umeå IK, na Suécia. Por lá ela ficou cinco temporadas (2004-2009) e conseguiu seu primeiro prêmio de melhor jogadora de futebol do mundo, em 2006.
Los Angeles Sol - EUA
Em 2009 a atleta foi contratada pela equipe do Los Angeles Sol. Marta pertenceu ao clube até 2010. Na equipe ela foi artilheira da Liga Nacional dos EUA, levando o time ao segundo lugar do torneio.
Santos - Brasil
Durante o período que Marta era atleta do Los Angeles Sol, ela foi emprestada ao Santos por três meses. No clube brasileiro, Marta foi campeã da Copa Libertadores e Copa do Brasil feminina, em 2009. Ela também voltou em 2010, atuando por apenas dois meses.
FC Gold Pride – EUA
Marta voltou ao Los Angeles Sol e ficou disponível para o draft (atletas de clubes que encerraram as atividades ficam liberados para serem contratados por outras equipes). A jogadora foi escolhida pelo FC Gold Pride e foi, em 2010, artilheira da Liga Nacional pela segunda vez, levando a equipe ao título.
Western New York Flash - EUA
Dessa vez, a jogadora reforçou o Western New York Flash. Em 2011 a equipe de Marta também foi campeã da liga.
Tyreso FF – Suécia
A jogadora voltou ao país onde mais se destacou no futebol, em 2012. Dessa vez, ela vestiu a camisa do Tyreso FF por dois anos. A equipe foi campeã nacional e vice-campeã europeia entre 2013-2014.
FC Rosengård – Suécia
Marta chegou ao FC Rosengård em 2014, após falência do Tyreso. O seu contrato era de seis meses com possibilidade de prorrogação, o que acabou acontecendo. No Rosengård, a jogadora foi bicampeã da Liga da Suécia, em 2014 e 2015. No ano seguinte, o time foi vice-campeão.
Orlando Pride – EUA
O Orlando Pride, dos Estados Unidos, contratou Marta em 2017 e é o atual clube da jogadora brasileira. A equipe ainda não conquistou títulos.
Desde 2017, Marta está nos EUA jogando pelo Orlando Pride.
Seleção Brasileira
Com a equipe nacional, Marta foi campeã dos Jogos Pan-americanos de 2003 e 2007. Nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, a equipe foi vice-campeã.
Em 2007, Marta ajudou a Seleção a chegar pela primeira vez numa final de Copa do Mundo. Apesar de não ter levado o título do torneio, a jogadora marcou o gol mais bonito da competição na semifinal, o que levou o Brasil para a decisão. Na final a Alemanha foi campeã, e Marta foi a artilheira do torneio com sete gols marcados.
Prêmios e recordes
Em 2018, Marta conquistou o prêmio de melhor jogadora de futebol do mundo pela sexta vez. A brasileira já havia sido premiada pela Fifa outras cinco vezes consecutivas, de 2006 a 2010. Entre homens e mulheres, Marta foi a atleta mais premiada até a edição de 2019, quando o argentino Lionel Messi também recebeu seu sexto troféu e igualou-se à jogadora.
Outro recorde de Marta é o de maior artilheira de Copas do Mundo. Em 2019, no jogo entre a seleção da Itália e a do Brasil, marcou seu 17º gol em mundiais, ultrapassando Klose, que era o maior artilheiro em mundiais, com 16 gols. Marta também é a primeira atleta a marcar gols em cinco edições diferentes da Copa do Mundo. A primeira copa dela foi aos 17 anos, em 2003 (três gols), depois esteve presente nas edições de 2007 (sete gols), 2011 (quatro gols), 2015 (um gol) e 2019 (dois gols).
Em 2015, Marta superou Pelé, o Rei do Futebol, e tornou-se a maior artilheira da seleção brasileira. Atualmente, possui 117 gols. Pelé tem 95 gols marcados com a camisa do Brasil.