Há 41 anos, em 06 de janeiro de 1980, morre em Brasília o senador Petrônio Portella Nunes, piauiense nascido em Valença do Piauí, 12 de setembro de 1925, que exerceu enorme influência na vida pública no Brasil, tornando-se o arquiteto e fiador da distensão política empreendida pelos presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo, que levaria ao fim da Ditadura Militar. Petrônio era advogado e exímio polítoco, ficando conhecido como a “estrela civil da ditadura.
Filho de Eustáquio Portella Nunes, que foi prefeito de Valença do Piauí em duas vezes distintas, e Maria Ferreira de Deus Nunes, mudou-se para Teresina aos onze anos de idade acompanhado de seus genitores a fim de prosseguir em seus estudos. A seguir foi morar na cidade do Rio de Janeiro onde trabalhou como funcionário da atual Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, atividade que exerceu de modo concomitante com suas obrigações de universitário. Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (à época chamada de Universidade do Brasil), exerceu a profissão de advogado na capital piauiense tendo sido ainda professor da Escola Técnica de Comércio do Piauí.
Após um período no Rio de Janeiro, onde frequentou a Universidade e teve intensa atuação na política estudantil, Petrônio Portella regressa ao Piauí e passou a assessorar juridicamente a União Democrática Nacional, partido ao qual se filiou e logo se viu imerso no mundo político. Disputou sua primeira eleição em 1950 quando foi eleito suplente de deputado estadual, condição que lhe valeu uma série de convocações para o exercício do mandato. Em 1954 foi eleito deputado estadual e em 1958 foi eleito prefeito de Teresina sendo um dos artífices da eleição de Chagas Rodrigues ao governo do estado. Ao longo de sua gestão como prefeito da Capital, rompeu com Chagas e pos fim à aliança PTB/UDN, o que o fez coligar seu partido com o PSD e pavimentar sua eleição para governador do Piauí em 1962 derrotando o deputado estadual Constantino Pereira de Sousa (PTB). Foi durante seuperíodo como chefe do executivo piauiense que eclodiu uma rebelião na Polícia Militar do Piauí em 1963 e no ano seguinte foi instaurado o Golpe Militar de 1964, movimento ao qual hipotecou apoio embora tenha se mostrado contrário ao regime num primeiro instante - apoiando João Goulart - ingressando a seguir na ARENA o novo partido situacionista, sendo eleito senador em 1966.
Em seu primeiro mandato foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça, vice-líder de sua bancada e depois vice-líder do governo. Entre 1971 e 1973 foi presidente do Senado Federal e presidente da executiva nacional da ARENA entre 1973 e 1975, acumulando esta última tarefa com a liderança do governo Emílio Garrastazu Médici no Senado e com a liderança de sua bancada. Reeleito senador em 1974, foi o condutor da chamada "Missão Portela", o primeiro passo da política de "distensão gradual e segura" empreendida pelo presidente Ernesto Geisel em seus planos de abertura. Presidente do Senado Federal, pela segunda vez entre 1977 e 1979 foi alçado à presidência da Comissão de Relações Exteriores daquela casa em 1979, cargo do qual se afastou desvencilhou em 15 de março de 1979 ao ser nomeado Ministro da Justiça pelo presidente João Figueiredo. Durante sua atuação no cargo o pluripartidarismo foi restaurado e foi decretada a Lei da Anistia que pacificou os ânimos nacionais quanto às consequências do Regime Militar. Em razão de sua capacidade de articulação era apontado como um dos candidatos a sucessão presidencial pelo PDS, contudo faleceu em Brasília vítima de ataque cardíaco em 6 de janeiro de 1980.