No dia 8 de abril de 2015, há, portanto, 7 anos, chegava ao fim em Santos, litoral de São Paulo, um dos maiores e mais demorados incêndios já ocorridos no Brasil. Trata-se do grave acidente ocorrido nas instalações da Ultracargo, que atingiu seis tanques de combustíveis na área industrial de Santos, começando no dia 02 de Abril e só finalmente controlado no dia 8.
De acordo com o MPF, o fogo foi ocasionado por um erro operacional nas tubulações de sucção e descarga, que operavam fechadas, causando a explosão de uma válvula. Houve risco para os trabalhadores e ao patrimônio no entorno. Além disso, o material despejado no estuário do Porto de Santos em virtude do combate ao incêndio matou nove toneladas de 142 espécies de peixes, 15 delas ameaçadas, segundo laudo pericial criminal federal solicitado pelo Ministério Público.
O Ministério Público Federal (MPF) em Santos, denunciou a empresa Terminal Químico de Aratu S/A, subsidiária da Ultracargo, pela poluição do ar, do mar e do solo causada pelo incêndio no centro de transferência de tanques de combustíveis da empresa, no bairro Alemoa, em 2015. O incêndio foi o maior do gênero já registrado no país, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
O Ministério Público também afirma que a subsidiária da Ultracargo agiu com “dolo eventual”, uma vez que assumiu os riscos de causar poluição e demais impactos ambientais ocorridos, “ao falhar na adoção das medidas preventivas e também no combate inicial às chamas, ao não zelar pela adequada operação do sistema de bombas e pelo correto funcionamento do sistema fixo de espuma de combate a incêndio, ao não garantir acesso rápido de sua brigada de incêndio às roupas de proteção individual e ao não impedir que os líquidos resultantes do combate ao incêndio escoassem para o estuário”.
A propósito de incêndios, o Brasil tem uma grande lista de grandes ocorrências, sendo a maior delas a que atingiu o Gran Circo Norte Americano, em Dezembro de 1961, em Niterói, Rio de Janeiro. Número de vítimas fatais, (foram 503 vítimas fatais, na sua maioria crianças, sendo que 372 morreram durante o ioncêndio e as demais morreriam de consequências, nos dias seguintes, entre os mais de 800 feridos. O incêndio foi criminoso, causado por um ex-funcionário do circo, Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha”, condenado depois a 16 anos de prisão e mais 6 em internação em manicômio. José dos Santos, o “Pardal”, e Walter Rosa dos Santos, o “Bigode”, foram seus ajudantes no crime e foram condenados a 16 e 14 anos de prisão respectivamente.
O incêndio no Edifício Joelma, em São Paulo, em Fevereiro de 1974, se iniciou em um dos aparelhos de ar-condicionado localizado no 12º andar do prédio. A grande quantidade de materiais inflamáveis, como carpetes e cortinas, presentes no edifício, contribuíram para o rápido alastramento do fogo. Número de vítimas: Foram 191 vítimas fatais e mais de 300 feridos, a grande maioria eram funcionários do banco Crefisul. 30 corpos nunca foram identificados pelo alto nível de carbonização.
Em Fevereiro de 1972, também em São Paulo, ocorreu o incêndio do Edifício Andraus. O fogo começou no 2º andar, causando provavelmente por um curto-circuito em um luminoso de propaganda das Casas Pirani. Em 15 minutos tomou conta de seis andares, causando a morte de 16 pessoas e deixando mais de 330 feridos.
Outra grande tragédia foi a da Boate Kiss, em Janeiro de 2013, na Durante a apresentação de uma banda na casa noturna, o vocalista acendeu um sinalizador de uso externo. As faíscas provocadas pelo sinalizador atingiram a espuma do teto, que servia como isolamento acústico e não tinha tratamento contra fogo e nem era aprovada pelo Corpo de Bombeiros. Em cerca de 3 minutos a boate estava tomada por uma fumaça densa repleta de cianeto, substância letal, que causou a maioria das mortes.
Esta é a segunda maior tragédia do Brasil em número de vítimas fatais, atrás apenas do Gran Circo Norte Americano. Foram 242 mortos e cerca de 680 feridos, a grande maioria, de estudantes universitários.
Também do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, em Abril de 1967, um grande incêndio atingiu as Lojas Renner. Morreram na tragédia 41 pessoas e mais de 60 ficaram feridas.
Testemunhas contaram que o fogo se iniciou no 1º andar, após escutarem um forte estrondo. O local era um depósito que armazenava tintas e solventes e começou, provavelmente, pelo descarte irregular de uma bituca de cigarro. Para completar, havia apenas 20 extintores em todo o prédio e as escadas eram muito estreitas. O prédio teve que ser demolido e ao ser reconstruído continuou pertencendo as Lojas Renner.
Também em São Paulo, em Janeiro de 1981, um incêndio atingiu o Edifício Grande Avenida, iniciando-se na sobreloja do prédio, ocupado pela empresa Toyobo do Brasil, por conta de um curto circuito na rede elétrica. A falta de água na região foi um fator determinante e dificultou o combate às chamas. Além disso, a sobreloja era o único lugar onde não havia porta corta fogo na escada de emergência.
Número de vítimas: Foram 17 vítimas fatais e 53 feridos. Como o incêndio ocorreu em um sábado de carnaval a tragédia não foi ainda maior. A grande maioria das vítimas, era da Construtora Figueiredo Ferraz, que funcionava no edifício.
Ainda em São Paulo, desta vez em Cubatão, em fevereiro de 1984, ocorreu em incêndio da Favela Vila Socó.
A Petrobrás tinha uma tubulação de transferência de combustível da sua Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão para o terminal portuário da Alemoa. Essa tubulação passava por uma área alagada cheia de palafitas, onde ficava a Vila Socó. A própria empresa admitiu que a falta de manutenção foi a causa do vazamento de 700 mil litros de gasolina.
Oficialmente foram encontrados 93 corpos. Ocorre que famílias inteiras haviam sumido e muitas crianças não apareceram mais na escola, então um levantamento independente, chegou ao número de 508 vítimas. Extraoficialmente é um dos maiores incêndios do Brasil, se não o maior, em número de mortos. Mais de 3.000 pessoas ficaram desabrigadas.
Em Fevereiro de 1986, um incêndio tomou conta do Edifício Andorinhas na cidade do Rio de Janeiro.
O incêndio se iniciou no 9º andar do edifício ocupado pela empresa General Electric do Brasil. Um aquecimento de uma das tomadas elevou a temperatura do piso de madeira e do carpete, que incendiou.
Este incêndio causou a morte de 21 pessoas e deixou ainda, cerca de 50 feridos. Duas pessoas que estavam no 12º se atiraram pela janela, por não mais suportar o calor das chamas.
O Canecão Mineiro, em Belo Horizonte, pegou fogo em Novembro de 2001, e se iniciou da mesma forma que ocorreu na Boate Kiss em Santa Maria, após um integrante da banda que se apresentava acender um sinalizador inadequado para ser usado em espaço fechado. A casa não tinha a licença do Corpo de Bombeiros e nem os equipamentos adequados.
Mais de 190 pessoas ficaram feridas e infelizmente, 7 pessoas morreram.
Em Setembro de 2018 ocorreu o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que mesmo não tendo causado vítimas fatais, destruiu um rico e histórico patrimônio cultural brasileiro. O acervo histórico e científico, que vinha sendo construído por mais de 200 anos foi quase que totalmente destruído, assim como o prédio, que já foi residência oficial de um rei e dois imperadores. O museu era o mais importante da história natural do Brasil, com mais de 20 milhões de itens no seu acervo.
Também no Rio de Janeiro, em Fevereiro de 2019, um incêndio atingiu o alojamento do time de futebol Flamengo, matando 10 jogadores da base do time, todos de adolescentes aspirantes a jogadores profissionais de futebol, que tinham entre 14 e 17 anos. Ficaram apenas 3 sobreviventes, um teve mais de 35% do corpo queimado.
O incêndio iniciou as 5h da manhã por conta de um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado de um dos quartos. Vale lembrar que os garotos estavam alojados em 6 containers interligados, que serviam como dormitório. A construção não era autorizada pela legislação.
Em Minas Gerais, na cidade de Janaúba, morreram 10 crianças, duas professoras, uma auxiliar e o criminoso, que pôs fogo no lugar, o vigia da creche Damião Soares dos Santos.