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Há 22 anos morria Paulo Francis, o mais polêmico jornalista do Brasil

Ele foi vítima de um ataque cardíaco que, inicialmente, foi diagnosticado como uma simples bursite

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Foi no dia 4 de fevereiro de 1997, há 22 anos, portanto, em que morreu, em Nova York, o jornalista, crítico e escritor brasileiro Paulo Francis. Ele foi vítima de um ataque cardíaco que, inicialmente, foi diagnosticado como uma simples bursite.

Paulo Francis foi um dos mais polêmicos jornalistas brasileiros, profundamente ácido e irônico com as pessoas que escolhia para suas críticas, tendo adquerido muitos desafetos ao longo de sua vida profissional, sobretudo nos meios políticos, artísticos e no próprio jornalismo. Mesmo morando nos Estados Unidos, para onde se mudou em 1971, Paulo Francis atuou am vários jornais brasileitos, como correspondente, o último deles a Folha de São Paulo.

Nos últimos anos de sua vida, Paulo Francis enfrentou um duro processo judicial nos Estados Unidos movido contra ele pela Petrobras. O motivo do imbróglio foi um comentário do jornalista no programa de TV a cabo Manhattan Connection. Na ocasião, Francis acusou diretores da estatal de possuírem milhões de dólares em contas na Suíça.

Conhecido por suas polêmicas e seus comentários ácidos, Paulo Francis nasceu no dia 2 de setembro de 1930, no Rio de Janeiro. Seu nome de registro é Franz Paul Trannin da Matta Heilborn. Ele começou a ficar conhecido na imprensa por conta das suas críticas teatrais no Diário Carioca, entre 1957 e 1963.

Entre suas polêmicas da época, ele disse que a atriz Tônia Carrero teria se prostituído e comercializado fotos dela nua. Por conta disso, Francis foi agredido pelo então marido da atriz, Adolfo Celi, e pelo colega e ator Paulo Autran. 

A partir de 1963, Francis foi convidado por Samuel Wainer para escrever uma coluna política no jornal Última Hora. Ali, assumiu uma posição radical junto ao esquerdismo trabalhista de Leonel Brizola e acabou demitido. Porém, Francis agradava a burguesia carioca e, estranhamente, foi recontratado. Durante o regime militar, trabalhou no semanário O Pasquim e na Tribuna da Imprensa de Hélio Fernandes. Por conta disso, foi preso várias vezes e sofreu censura por suas posições esquerdistas. Assim, decidiu se mudar para Nova York em 1971. Nos Estados Unidos, trabalhou para O Pasquim, Tribuna da Imprensa, revista Status e para o jornal Folha de S. Paulo, a partir de 1976. Francis também é conhecido por alguns erros de informação. Um dos seus maiores equívocos foi cometido numa crítica sobre o filme norte-americano Tora!, Tora! Tora! No texto, afirmava que o Almirante Yamamoto havia comparecido à premi

ère do filme, em 1971, sendo que o militar japonês morreu durante combate, em 1943.

No fim da década de 1970, Francis tentou a carreira como romancista, com os livros Cabeça de Papel (1977) e Cabeça de Negro (1979), nos quais criticava a sociedade brasileira. Os livros foram bem aceitos pelo público, mas atacados pela crítica especializada. Após o fim do regime militar, Francis, até então partidário do esquerdismo, revelou-se descontente com a inércia dos intelectuais brasileiros para, finalmente, se reconciliar com a direita que tanto havia combatido. Na sequência, fez dura crítica ao governo José Sarney e também rejeitava o Partido dos Trabalhadores.

Em um dos seus artigos na Folha de São Paulo criticou Lula. O texto teve grande repercussão e houve uma resposta de Caio Túlio Costa, então ombudsman da Folha de São Paulo. A tréplica de Francis gerou uma polêmica e isto foi apontado como motivo da sua mudança para o jornal Estado de São Paulo. A partir de 1980, Francis tornou-se comentarista da Rede Globo. O estilo com voz arrastada e grave, sua marca registrada, lhe rendeu muitas imitações. Os seus comentários, contudo, seguiam ácidos, com ataques a figuras em evidência, como o sindicalista da CUT Vicentinho, as prefeitas de São Paulo Luiza Erundina e Marta Suplicy. Paulo Francis era casado com a jornalista e escritora Sonia Nolasco e eles não tiveram filhos.


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