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Filme de Tarantino revive os 50 anos da morte brutal de Sharon Tate

Na vida real, Sharon Tate, então grávida de oito meses, de seu marido Polanski, foi assassinada, junto com mais três amigos, na casa em que vivia com o marido

Neste 2019, quando se relembra os 50 anos de uma das tragédias mais marcantes e brutais de Hollywood, o assassinato da bela e promissora atriz Sharon Tate, o diretor Quentin Tarantino traz ao cinema o filme “Era uma Vez em Hollywood”, lançado esta semana no Festival de Cannes, na França, no qual conta a história da amizade entre Rick (Leonardo DiCaprio), um ator decadente, e seu dublê Cliff ( Brad Pitt). Os personagens são fictícios, mas o longa mostra também pessoas reais que viveram a Hollywood daquela época. Uma delas é justamente Sharon Tate (interpetada por Margot Robbie), então casada com o diretor Roman Polanski. No início do filme, o casal se muda para a casa vizinha a Rick.

Na vida real, Sharon Tate, então grávida de oito meses, de seu marido Polanski, foi assassinada, junto com mais três amigos, na casa em que vivia com o marido. Isso correu em 9 de agosto de 1969, quando a atriz tinha apenas 26 anos de idade. O crime brutal, que ainda hoje choca o mundo do cinema,ocorreu na Califórnia, perpetrado pelo psicopata Charles Manson. Seu marido, o diretor de cinema Roman Polanski, dirigiu dos mais marcantes filmes de terror, Bebê de Rosemary (1968) e Chinatown (1974), entre outros grandes filmes. No campo real, Tate protagonizou, involuntariamente, um absurdo roteiro de filme B de horror.

Tate e Polanski apaixonaram-se durante as filmagens do filme A Dança dos Vampiros, em 1967. No início das filmagens, Polanski teve pouca paciência com a atriz Sharon, chegando a rodar setenta vezes uma mesma cena para ficar satisfeito. Após o filme, foram viver juntos em Londres, onde se casaram em 20 de janeiro de 1968. Logo depois, mudaram para uma mansão no coração de Hollywood.

O brutal crime foi praticado por 4 integrantes de A Família, espécie de seita criada por Manson. Além de Tate (apunhalada 16 vezes), os assassinos vitimaram Wojciech Frykowski (apunhalado 51 vezes), amigo de longa data de Polanski, a namorada de Frykowski, a milionária herdeira da indústria do café, Abigail Folger, o cabelereiro Jay Sebring, que chegou a ser noivo de Tate e tornou-se grande amigo do casal após o casamento da atriz com Polanski, e Steven Parent, assassinado na estrada próxima à casa de Tate, no bairro de Bel Air, em Los Angeles.

No dia do crime, Polanski trabalhava na produção de seu novo filme, O dia do delfim, na Europa, que nunca foi realizado. Na noite seguinte, o mesmo grupo invadiu a casa de Leno LaBianca, dono de supermercados, e sua esposa Rosemary, e matou os dois.

A morte da esposa Sharon Tate e de sue filho ao ventre, foi para Polanski a estranha repetição de uma estúpida tragédia familiar: sua mãe, Bula Polanski, foi assassinada, grávida de 4 meses, na câmara de gás no campo de concentração de Auschwitz na Segunda Guerra Mundial, sendo mais uma das milhares de vítimas indefesas do sanguinário Hitler.

Em sua autografia, Roman, de Polanski, o diretor escreveu sobre o crime:

“Logo que os assassinatos foram descobertos, os meios de comunicação informaram-se com os bisbilhoteiros de Hollywood e começaram a agitar alusões a orgias, festas com drogas e magia negra. Não apenas a comunidade mais puta, mas também a mais insegura do mundo, Hollywood estava tentando achar uma explicação que culpasse pura e simplesmente as vítimas e assim reduzisse a ameaça a Hollywood como um todo. O raciocínio corrente era de que Sharon e aqueles que morreram com ela eram responsáveis pelas suas próprias mortes, porque tinham se metido em práticas sinistras e andavam com uma turma errada. Nada do gênero podia jamais ter acontecido a gente comum, decente e temente a Deus. O fato de um casal perfeitamente normal, os LaBianca, haver sido assassinado em circunstâncias similares no dia seguinte foi convenientemente ignorado”.

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