No dia 16 de fevereiro de 2003, dois alpinistas que escalavam o flanco direito do vulcão Chimborazo, na mais alta montanha do Equador, depararam-se com os destroços de um avião das linhas equatorianas, desaparecido nos Andes há muitos anos com 59 pessoas a bordo.
Nessa data do encontro dos destroços fazia 27 anos do sumiço do avião, sem que tenha até aquele momento surgido qualquer notícia sobre o destino das vítimas.
"O avião chocou-se contra uma grande parede rochosa. O choque e a explosão provocaram uma avalanche de neve e pedras enormes cobriram os restos que agora apareceram", disse à AFP Miguel Cazar, um dos alpinistas do clube nacional Nuevos Horizontes, que esteve na origem da descoberta.
O aparelho, um quadrimotor Vickers Viscount da companhia equatoriana Saeta Airlines que transportava 55 passageiros, entre os quais uma dezena de crianças, e quatro tripulantes, desapareceu a 15 de Agosto de 1976 no decorrer de uma ligação regular entre as cidades de Cuenca e Quito.
Os destroços foram encontrados a 130 quilómetros a sul da capital, Quito, a cerca de 5100 metros de altitude, num dos lados do Chimborazo (6310 metros), perto da localidade de Riobamba. O aparelho deve ter-se desviado da sua rota normal por causa do mau tempo, antes de se despenhar contra a montanha.
Na altura do acidente, os familiares das vítimas estavam esperançados na sobrevivência dos passageiros depois da incrível história de 16 pessoas que se mantiveram vivas durante dois meses nos Andes chilenos alimentando-se de cadáveres, depois de o avião em que seguiam se ter despenhado. Cinco patrulhas militares e vários grupos de salvamento procuraram o aparelho equatoriano durante dois meses nas encostas do vulcão, na floresta amazónica e mesmo em províncias vizinhas, mas em vão.
A descoberta do avião foi anunciada publicamente na segunda-feira pelos alpinistas. A viúva do piloto, Aida de Aleman, afirmou que a notícia lhe foi pessoalmente confirmada pelo ministro da Defesa, Nelson Herrera.