Pelo menos 506 mortos haviam sido contabilizados em quatro cidades da região Serrana do Rio de Janeiro, em 12 de Janeiro de 2011, vítimas das grandes enchentes e deslizamentos de terra registrados com as fortes chuvas sobre o Estado. Esse número de vítimas fatais só faria crescer com o avançar dos dias, chegando a 710 mortos em 18 de janeiro e, finalmente, estabelecer uma contabilidade dramática: 916 pessoas perderam a vida nesse janeiro de 10 anos atrás, naquela que é considerada a maior tragédia natural do Brasil.
Se comparada à tragédia de Caraguatatuba, de 1967, esse desastre de agora assume proporções muito maiores, pois naquela ano o número final de mortos ficou em 436. As enchentes com deslizamentos de terra e as centenas de mortes em sua decorrência, aconteceram sobretudo nos municípios serranos de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro.
Às 22h10 do dia 12 de janeiro de 2011, a prefeitura de Teresópolis, informou que o número de mortos na cidade subiu para 223. Em Nova Friburgo, o número subiu para 225, segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Roberto Robadey. Em Sumidouro, a prefeitura confirmou um total de 19 mortos. Já em Petrópolis, a prefeitura divulgou que o total de mortos chega a 39 mortos. A Polícia Civil informou que 470 corpos haviam sido identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal).
De acordo com especialistas, a explicação para a repetição de tragédias no RJ é a falta de controle e planejamento no crescimento das cidades.O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem das nuvens. Concentradas, elas provocam muita chuva numa única área. A parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina de terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se descola da pedra. O volume de terra desce como uma grande avalanche, devastando o que encontra pela frente.
Um ano anstes, em 2010, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Em SP, durante o primeiro trimestre de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes. Relembre outras tragédias.