Celebra-se hoje um dos feitos mais extraordinários da história do futebol no Brasil e no mundo, os 50 anos do Milésimo Gol feito pelo brasileiro Edson Arantes do Nascimento, Pelé, marcado no Estádio do Maracanã, no dia 19 de Novembro de 1969. Considerado até hoje o maior jogador da história do futebol mundial, Pelé nunca foi superado em suas marcas, mesmo tendo surgido, após ele, jogadores de enorme talento, como os argentinos Maradona e Lionel Messi.
No estádio em que o milésimo gol foi marcado, visitantes poderão, a partir de hoje, conferir peças históricas e camisas das equipes que o Rei do Futebol defendeu durante a carreira. Também na cidade de Santos, que foi o berço da carreira de Pelé, time ao qual dedicou grande parte de sua vida e no qual conseguiu consagrar-se, o Museu do Futebol, um dos locais mais visitados e queridos da cidade, apresenta a exposição "Pelé Mil Gols" na sala Osmar Santos. O artista JC Lobo, que registrou toda a carreira do "rei" com seus desenhos, selecionou 100 charges que estão sendo exibidas. Na mostra, o público poderá ver uma réplica da camisa do Santos usada por Pelé na noite histórica, com o mesmo material e peso da peça na época. Já na sala Jogo de Corpo, os documentários da série "Memórias do Milésimo", produzida em 2019 pela ESPN Brasil, estão sendo exibidos.
Há quem diga que o milésimo gol daquele que é considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, havia de ser marcado após uma penalidade máxima para que todos parassem para ver. E assim o foi. Na noite de 19 de novembro de 1969, no Estádio do Maracanã, o Brasil parou para ver o "rei do futebol" empurrar a bola para o canto esquerdo e balançar as redes do goleiro argentino Edgardo Andrada (1939-2019), que defendia o Vasco da Gama. O Santos vencia os cariocas por 2x1 pelo torneio Roberto Gomes Pedrosa, e o fato entrava para a história.
Até Pelé marcar o seu 1000º gol, os torcedores, sobretudo santistas, passaram vários dias de expectativa, além das festas canceladas em diversos pontos por onde o Santos jogava, pois Pelé, após anotar o 995º gol de sua carreira, viveu um jejum de alguns jogos sem marcar. As histórias dramáticas e as notícias dos jornais das cidades nas quais o jogador não conseguiu marcar o milésimo estarão dispostas em um vídeo na exposição. O material inédito reúne ainda reportagens da cobertura esportiva contando todo o caminho até a marca histórica de mil gols.
Até 1º de dezembro, as visitas educativas ao Museu do Futebol e ao Estádio do Pacaembu terão como temática o "atleta do século XX". A visitação especial acontece nos dias 23, 24 e 30 de novembro.
A comemoração que marca os 50 anos do feito será no Museu que leva o nome do Rei do Futebol, no Centro da cidade, e contará com surpresas, além da presença de jogadores do Santos. O anúncio da celebração foi feito durante o 2º Fórum de Turismo e Economia Criativa.
O local para o gol histórico não poderia ser mais adequado: o Maracanã, o principal estádio brasileiro. Foi nesse estádio que Rei do Futebol fez a sua estreia pela Seleção (marcando um gol diante da Argentina em 1957) e na qual fez um dos tentos mais belos da carreira, diante do Fluminense, em 5 de março de 1961. Jogada que deu origem ao termo "gol de placa".
Para marcar os 50 anos do milésimo gol, o Maracanã organizou para esta terça-feira uma programação especial para os visitantes que realizarem o tour do estádio. Estarão em exposição peças históricas relacionadas ao gol mil, como a rede da meta à esquerda das cabines de imprensa, onde Pelé superou o goleiro Andrada, uma das bolas usadas na partida e um ingresso original do duelo pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa (o Campeonato Brasileiro da época).
Os visitantes também poderão ver de perto camisas das equipes que o Rei defendeu em sua carreira. Não apenas do Santos, Cosmos e seleção brasileira. Mas também de Vasco, Fluminense e Flamengo, que Pelé defendeu em partidas não oficiais em 1957, 78 e 79, respectivamente.
Na parte final do tour, diante do gramado, os visitantes poderão assistir nos telões do estádio a um vídeo sobre o gol mil. E as luzes do Maracanã estarão em verde e amarelo, em homenagem ao maior artilheiro da história da Seleção.