Em 17 de Dezembro de 1989, hoje decorridos 30 anos, Fernando Affonso Collor de Mello, foi eleito em segundo turno para a Presidência da República brasileira, numa disputa extremada contra Luiz Inácio Lula da Silva.
A vitória de Collor, que chegou ao poder com um inflamado discurso de combate à corrupção e de caça aos “marajás” - os super-salários do serviço público- , ocorreu 29 anos após a última eleição para Presidente do Brasil. O último pleito fora realizado em 3 de Outubro de 1960, quando se elegeu Jânio Quadros, ironicamente com um discurso anti-corrupção muito parecido com o de Collor 29 anos depois.
Se a eleição de Jânio, numa onda popular sem precedentes até então, trouxe instabilidade à política e às instituições nacionais – pois o Presidente eleito governaria o país por apenas sete meses, renunciando ao cargo em 25 de Agosto de 1961-, a era Collor não foi diferente. Seu Governo foi marcado pelo improviso, por decisões rigorosamente impopulares, como o confisco da poupança e de todas as aplicações financeiras de todos os brasileiros, e na sequência uma onda de denúncias de corrupção contra o próprio Presidente Collor, o seu conselheiro Paulo César Farias e outros auxiliares diretos.
As acusações de corrupção foram reforçadas pelo próprio irmão do Presidente, Pedro Collor de Mello, que em entrevista bombástica à imprensa, tornou público todo o esquema de corrupção montado a partir da Casa das Dinda (residência oficial de Collor).
Tudo isso levaria a um processo de impeachment que, iniciado, afastaria Collor da Presidência em agosto de 1992, substituído pelo vice-Presidente Itamar Franco. Em 22 de Dezembro o Congresso aprova o afastamento definitivo do Presidente Collor e a perda de seus direitos políticos por oito anos. Em 29 de Dezembro de 1992, para não ser cassado pelo Congresso, Collor renuncia à Presidência, gerando outra grave crise na política brasileira.