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Eduardo Campos e avô foram vítimas das fatalidades políticas de agosto

Eduardo Campos e Arraes foram vítimas das fatalidades políticas de agosto

No mesmo dia, 13 de Agosto, em que seu avô famoso Miguel Arraes de Alencar faleceu (2005), próximo de completar 89 anos, morreu(2014), de maneira trágica, Eduardo Campos, o neto mais promissor, virtual candidato a Presidente da República nas eleições daquele ano, vítima de acidente de avião, quando seguia para São Paulo em campanha presidencial.

Eduardo Campos, nascido em 10 de agosto de 1965, era graduado em economia pela Universidade Federal de Pernambuco, tendo passado no vestibular aos 16 anos e se formado aos 20. Em 1986,Prestes a se dedicar à vida acadêmica, com um mestrado já assegurado nos Estados Unidos, trocou tudo para acompanhar o avô Miguel Arraes, que voltara do exílio, cassado que fora do mandato de Governador de Pernambuco pelo regime militar,m agora como candidato novamente a governador de seu estado, pelo voto direto do povo.

Arraes eleito governador para seu terceiro mandato, tem o neto Eduardo como um de seus principais assessores, atuando como chefe de gabinete e sendo responsável pela criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste e da Fundação de Amparo à Ciência de Pernambuco.

Na verdade, Eduardo Campos optou entre a escola da ciência, do conhecimento científico e do aperfeiçoamento acadêmico, pela sabedoria das ruas, uma ciência que Miguel Arraes, seu avô, sabia como poucos no Brasil, líder popular imbatível, que só perdeu nesse campo da vida para a força das armas, retirado do poder quando governava Pernambuco pela segunda vez.

Ao morrer, Eduardo Campos, que seguia os passos do avô e já havia se tornado duas vezes governador de Pernambuco, era o preseidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato a Presidente da República. Conhecia bem o Brasil, pois desde cedo, acompanhando o avô com espírito político e prática profissional, conviveu desde cedo com nomes emblemáticos da política regional e nacional. Eduardo estava filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) desde 1991, ano em que foi eleito deputado estadual e conquistou o Prêmio Leão do Norte concedido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco aos parlamentares mais atuantes.

Em 1994, foi eleito deputado federal pelo PSB com 133 mil votos. Porém, pediu licença do cargo para integrar o governo de Miguel Arraes como secretário de Governo e secretário da Fazenda, entre 1995 e 1998. Neste último ano voltou a disputar um novo mandato de Deputado Federal e atingiu o número recorde de 173 657 votos, a maior votação no estado.

Miguel Arraes e Eduardo Campos não ficam sós nesse estigma que marca de fatalidades políticas o mês de agosto no Brasil. Foi em Agosto que morreu o Presidente Getúlio Vargas ( suicídio, agosto de 1954), renúncia de Jânio Quadros (Agosto de 1961), morte em acidente de carro de Juscelino Kubitschek ( agosto de 1976).

Foi também em Agosto, um ano e oito meses depois de tomar posse em seu segundo mandato, que Dilma Rousseff foi impedida, definitivamente, de ocupar a Presidência, depois de o Senado aprovar, por 61 votos a 20, o impeachment, em 31 de agosto de 2016, por crime de responsabilidade), com Temer assumindo no mesmo dia.

Em Agosto, igualmente, que Michel Temer, artífice do afastamentro de Dilma Roussef, foi denunciado procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, junto com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que já foi seu assessor, por corrupção passiva, por ter recebido propina do frigorífico JBS, a Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia contra o presidente, impedindo a investigação por corrupção passiva no Supremo no dia 2 de agosto de 2017.

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