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Dezessete mortos nas Olimpíadas de Munique, maior atentado no esporte

O balanço final dessa tragédia foi o registro de 17 pessoas mortas.

O dia 5 de Setembro será sempre lembrado na história como o momento mais trágico do mundo esportivo. Foi nesta data, em 1972, durante os Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha, que se deu o massacre perpetrado por um grupo terrorista palestino intitulado Setembro Negro, contra a delegação de Israel presente ao evento, fazendo onze atletas reféns e motivando confronto com as forças de segurança alemãs.

O balanço final dessa tragédia foi o registro de 17 pessoas mortas. Seis treinadores, cinco atletas de Israel; cinco membros do Setembro Negro e um policial alemão.

Oito terroristas aproveitaram uma falha no sistema de segurança das Olimpíadas e entraram na Vila Olímpica escalando a cerca de proteção, levando nas costas mochilas com rifles, pistolas e granadas. Chegaram ao alojamento em que se encontraram treinadores e atletas judeus e invadiram-no. Com a invasão, os terroristas tiveram que lidar com a reação dos atletas. Um deles era Yossef Romano, lutador e veterano da Guerra dos Seis Dias, com bastante experiência em confrontos. Romano e seus companheiros foram mortos. Três atletas conseguiram fugir, mas oito ficaram reféns.

Os atletas e treinadores dormiam na hora da invasão. Os oito terroristas palestinos, integravam a Organização Setembro Negro, uma facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), escalaram as cercas de dois metros da vila olímpica carregando mochilas que continham rifles AKM, pistolas Tokarev e granadas. Os terroristas haviam sido treinados no Líbano e na Líbia. Lá dentro da Vila Olímpica, eles roubaram chaves e entraram nos dois apartamentos ocupados pelos israelenses.

Até hoje, esse o maior atentado terrorista já ocorrido em um evento esportivo.

Quando ocorreu o atentado terrorista, os Jogos Olímpicos já estavam na sua segunda semana. Diz-se que as autoridades alemãs relaxaram no esquema de segurança, para não passar ao mundo a imagem de uma país militarizado, fugindo, assim, do estigma que o país carregava em decorrência das atrocidades cometidas por Adolf Hitler, considerado o mais sanguinário ditador do mundo. O Comitê não queria repetir a imagem deixada dos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, quando o ditador nazista Adolf Hitler a usou para o seu benefício.

O governo da RFA, então liderado pelo primeiro-ministro Willy Brandt, recusou-se a permitir a intervenção de uma equipe de operações especiais do Tzahal, conforme proposta da premiê de Israel, Golda Meir.

Antes da tragédia, diz-se que foi argumentado que a segurança da vila olímpica, onde os atletas estavam, era completamente insuficiente. Os atletas frequentemente passavam despercebidos pela pouca segurança a noite e frequentavam outros prédios para ver colegas atletas, saltando as cercas da vila.

A falta de segurança armada na vila deixava preocupada a delegação israelense, mesmo antes da sua chegada em Munique. Os atletas estavam em uma casa relativamente isolada na vila olímpica, no térreo do prédio próximo ao portão, o que deixava a delegação vulnerável a um atentado. Autoridades alemães prometeram mais segurança, mas tais novas medidas não foram implementadas.

O saldo do massacre foi alto. Um total de cinco terroristas foram mortos (outros três foram capturados). Cerca de onze reféns (David Berger, Ze'ev Friedman, Joseph Gottfreund, Eliezer Halfin, Joseph Romano, Andrei Schpitzer, Amitsur Shapira, Kahat Shor, Mark Slavin, Yaakov Springer e Moshe Weinberg) e um policial alemão também perderam a vida.

Apesar da resistência inicial, o Comitê Organizador das Olimpíadas decidiu suspender os jogos. Uma cerimônia foi feita no estádio olímpico de Munique, onde 80 000 espectadores e 3 000 atletas compareceram. Autoridades de vários países pelo mundo condenaram os atentados.

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