Mais de 500 pessoas morreram quando o shopping center Sampoong em Seul, Coreia do Sul, sofreu uma explosão e desabou, causando uma das maiores tragédias daquele país da Ásia Oriental. Esse trágico acontecimento se deu no dia 29 de junho de 1995, há exatos 24 anos. A sinistro no luxuoso estabelecimento ocorreu devido a uma série de erros cometidos pelos projetistas e empreiteiros que construíram o edifício, além da criminosa negligência de seu proprietário, Lee Joon.
O empresário ergueu o Sampoong no terreno de um antigo depósito de lixo, em 1989. Estava originalmente projetado para cinco pavimentos, porém, em meio à construção, insistiu no acréscimo de um pavimento extra dotado inclusive de uma piscina. Diversos engenheiros que trabalhavam no projeto advertiram Joon que a sobrecarga era perigosa. Ao invés de levar em conta a advertência, resolveu demiti-los. Além do mais, o departamento de planejamento da municipalidade de Seul não foi comunicado da mudança e os inspetores de segurança do governo que monitoravam a construção foram corrompidos com propinas.
Os oficiais fizeram, assim, vistas grossas não somente à mudança do projeto, mas também ao fato de o empreendimento não utilizar barras de ferro em quantidade suficiente para sustentar a estrutura, que, além do mais, usava concreto de qualidade inferior. Tudo para economizar dinheiro. Doze inspetores foram mais tarde condenados por corrupção passiva.
Em 1995, a loja de departamentos era um verdadeiro sucesso, com mais de 40 mil clientes passando por suas portas todos os dias. Em 27 de junho, foi registrado um vazamento de gás, contudo, Joon recusou-se a interditar o prédio. Dois dias depois, o teto do quinto pavimento exibia sinais de um iminente colapso. Entretanto, a única medida preventiva adotada foi a de remover as mercadorias mais caras. Permitiu-se também que alguns executivos deixassem o local mais cedo.
Por volta das seis horas da tarde de 29 de junho, centenas de pessoas faziam sua refeição na praça de alimentação situada no subsolo, quando toda a estrutura do edifício ruiu sobre suas cabeças. O teto do quinto andar desabou, provocando o consequente desabamento de todos os pavimentos abaixo. Focos de incêndio surgiram aqui e ali em toda a estrutura, alguns provocados pela gasolina dos carros estacionados nas garagens do estabelecimento. O fogo só foi completamente dominado alguns dias depois.
Os difíceis trabalhos de resgate prosseguiram por semanas e, milagrosamente, um sobrebvivente foi resgatado 16 dias após o colapso. A maioria das pessoas não teve a mesma sorte. Mais de 500 morreram e outros 900 sofreram graves ferimentos.
25 pessoas foram condenadas pelo desastre. Lee Joon, acusado de negligência criminosa, foi condenado a sete anos e meio de prisão.