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Cidade do Porto homenageia as 59 pessoas que morreram em queda de ponte

A ponte era razoavelmente antiga, tinha 116 anos e menos de seis metros de largura

A população de Portugal, especialmente os habitantes da histórica cidade do Porto, dificilmente esquecerão a tragédia que se abateu sobre ela na noite de 4 de março de 2001, quando a ponte Hintze-Ribeiro, erguida na zona em que se dá o encontro dos rios Douro com o Tâmega, fazendo a ligação entre-rios, desabou e levou à morte 53 pessoas que se encontravam em seus carros no momento do desabamento e mais seis outras pessoas que mergulhariam no vácuo após a queda. O total de mortos passou a 59. Hoje são decorridos 21 anos, mas as lembranças na população permanecem amargas.

A ponte era razoavelmente antiga, tinha 116 anos e menos de seis metros de largura. Foi construída para deixar passar carros de bois e cavalos, mas acabou por servir e suportar o tráfego rodoviário das duas margens, em vários momentos. Fazia tempo que reclamações apontavam para a necessidade de obras revisoras profundas, mas esses apelos nunca foram atendidos pelas autoridades responsáveis.

Cidade do Porto homenageia as 59 pessoas que morreram em queda de ponte - Foto: Reprodução

Ao colapsar com o peso do tempo e da falta de reparos permanentes, a ponte transformou aquele 4 de março numa memória a ser provavelmente nunca apagada, causando na cidade a sua maior tragédia.

Até àquela data, ainda não tinha acontecido os ataques terroristas às Torres Gêmeas, em Nova Iorque, o que só ocorreria em 11 de setembro desse mesmo ano. E quando houve a derrubada das torres gêmeas pelos aviões dos terroristas-suicidas, a população do Porto viu-se novamente tomada de pânico, conforme relatos de muitas pessoas, pois a tragédia de sua ponte, que deixou 59 pessoas sem vida, veio imediatamente à memória de todos.

Cidade do Porto homenageia as 59 pessoas que morreram em queda de ponte - Foto: Reprodução

Porto dava os primeiros passos para se tornar Capital Europeia da Cultura. A paisagem do Douro também aguardava decisão da UNESCO a para ser Patrimônio Mundial da Humanidade. E eis que o País sentiu o chão a fugir-lhe debaixo dos pés: entre os mortos encontravam-se integrantes de uma excursão às amendoeiras em flor, um espetáculo próprio da época, e todos acabavam no fundo das águas raivosas do rio Douro. Além do ônibus que as transportava, os carros de família que seguiam atrás também não tiveram a tempo de freia.

Para que ninguém esqueça de desse trágico acontecimento, todos os anos, em 4 de março desde então, há uma cerimônia que se repete, no santuário do Anjo de Portugal. A gigante estatueta de bronze debruçada sobre o local da tragédia foi ali plantada em 2003 e simboliza a paz que tem faltado – além de querer ser também um local de reflexão, a imagem de uma tragédia que não deveria voltar a acontecer em Portugal. Na base tem inscritos os nomes de todas as 59 vítimas do acidente. Está rodeada de 59 castiçais que recebem regularmente velas acesas. O ritual do aniversário do desastre inclui ainda 59 flores deitadas à água.

Durante uns tempos tiveram de passar o rio de barco.

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