Foi em 29 de Setembro de 2006, que um Boeing da Gol, que saíra de Manaus para fazer o voo 1907, com destino ao Rio de Janeiro, chocou-se no ar com um jato Legacy, pilotado por pilotos norte-americanos, provocando uma das maiores tragédias aéreas do Brasil, com o elevado saldo de 154 pessoas mortas.
O avião caiu a 30 km de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, na terra indígena Capoto-Jarinã, e ninguém a bordo sobreviveu. O jato com sete passageiros conseguiu pousar na Serra do Cachimbo, no Pará. À época, foi a maior tragédia da aviação brasileira até então.
Por volta de 21h, a Gol informou em nota o desaparecimento do Boeing e o choque com o jato. Em seguida, a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Corpo de Bombeiros iniciaram as buscas pelas vítimas do acidente. Os primeiros destroços e corpos demoraram a ser encontrados devido ao difícil acesso ao local onde a queda aconteceu, uma área de mata fechada. Uma base de apoio foi montada na Fazenda Jarinã, próximo ao local do acidente, para o resgate das vítimas.
Na manhã do dia seguinte, um domingo (30), os militares conseguiram encontrar os destroços do avião e os corpos começaram a ser resgatados. As duas caixas-pretas do Boeing da Gol foram encontrados na segunda-feira, 2 de outubro, e confirmaram a colisão com o jato Legacy. O trabalho de resgate durou cerca de 50 dias e envolveu mais de 800 pessoas, entre militares e voluntários.
O último corpo a ser encontrado foi o do bancário Marcelo Paixão Lopes, que foi identificado por DNA quase dois meses depois da queda da aeronave. Durante as investigações, as famílias das vítimas criaram uma associação para acompanhar e cobrar informações sobre o acidente.
Em dezembro de 2008, após quase dois anos do acidente aéreo, foi divulgado o relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB.
Além de responsabilizar o controle nacional de tráfego aéreo pelo acidente, o documento apontou falhas dos pilotos do Legacy, os norte-americanos Joe Lapore e Jan Paladino.
Somente em 2011 os pilotos americanos foram ouvidos e condenados pela Justiça Brasileira a quatro anos e quatro meses de regime semiaberto pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo na modalidade culposa.
Em outubro de 2012, a pena foi diminuída para três anos e um mês em regime aberto. A Justiça também condenou um dos quatro controladores de voo envolvidos no acidente a uma pena de três anos e quatro meses em regime aberto.
Os indígenas da etnia Kayapó pediram indenização para a Gol alegando danos materiais e imaterais sofridos e a retirada dos destroços do avião da terra. A companhia aérea alegou que seria inviável a retirada devido aos custos e da logística necessária.
Sendo assim, os indígenas, sugeriram a indenização de R$ 4 milhões que seriam destinados ao Instituto Raoni e a Gol se dispôs a pagar o valor.
Os pilotos norte-americanos tiveram a prisão decretada pela Justiça Federal de Mato Grosso, em dezembro de 2017, mas não cumpriram a pena.