Um atentado terrorista de enormes proporções deixou ao menos 512 pessoas mortas na manhã de 14 de Outubro de 2017, em Mogadíscio, na Somália. O número de pessoas afetadas pelo atentado foi de 869 e, desses, 512 morreram, e 295 ficaram feridas gravemente. Havia outras 70 pessoas que as autoridades locais não sabiam se morreram, ou estão desaparecidas", declarou neste sábado o presidente do Comitê de Operações de Emergência na Somália, Abdulahi Mohamed Shirwac. Desse modo, o número de mortos pode passar de 600.
País africano, que há décadas convive com guerra, fome, doenças e caos, descreve situação como "desastre nacional". Com hospitais lotados, muitas vítimas foram transportadas para o exterior.
Um caminhão, carregado com centenas de quilos de explosivos, atingiu um cruzamento movimentado em Mogadíscio, a capital. no último sábado. O local fica frequentemente apinhado com carros, ônibus e táxis e é sede de edifícios do governo, lojas e restaurantes.
O ataque, atribuído à milícia extremista Al Shabaab, aliada da Al Qaeda, é o maior da história do país africano e o mais mortal fatal no mundo em anos.
De acordo com o médico Abdulkadir Adam, do serviço Aamin de Ambulância, mais pessoas teriam morrido em decorrência de seus ferimentos nas últimas horas.
Há suspeitas de que o Hotel Safari, próximo ao local da explosão, era um dos possíveis alvos do atentado, já que oferece acomodações a somalis que retornaram do exterior, bem como a funcionários do governo e jornalistas.
Antes de detonar a bomba do caminhão, o autor do atentado teria dirigido em alta velocidade numa rua da capital somali, atropelando motocicletas e carros e desviando de alguns veículos presos no trânsito. Forças de segurança chegaram abrir fogo contra o caminhão, mas não conseguiram atingir o motorista.
O Al Shabaab, que em 2012 se filiou à rede internacional da Al Qaeda, controla parte do território no centro e no sul do país e tenta instaurar um Estado islâmico wahabista na Somália.
O país vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas e senhores da guerra que respondem aos interesses de clãs.