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Avião cai nos Andes e 16 sobrevivem por meses comendo corpos dos mortos

Das 45 pessoas, incluindo a tripulação, 16 sobreviveram, tendo ficado meses no topo da montanha gelada

Um avião da Força Aérea Uruguaia que fazia o voo 571, e fora fretado para transportar a equipe de Rugby, seus técnicos e familiares, num total de 45 pessoas, caiu na Cordilheira dos Andes e desse desastre se deu uma das mais extraordinárias histórias do mundo. O acidente se deu em 13 de outubro de 1972.

Das 45 pessoas, incluindo a tripulação, 16 sobreviveram, tendo ficado meses no topo da montanha gelada e chegaram ao ponto de comer a carne dos corpos de seus companheiros mortos para sobreviver. Este caso ficou conhecido como a Tragédia dos Aandes ou o Milagre dos Andes.

Aproximadamente um quarto dos ocupantes da aeronave morreu imediatamente após o acidente. Outros sucumbiram posteriormente devido ao frio e aos ferimentos. Os sobreviventes tinham pouca comida e nenhuma fonte de calor, tendo que lidar com condições climáticas extremas, a mais de 3,6 mil metros (11,8 mil pés) de altitude. Diante da fome e notícias reportadas via rádio de que a busca por eles tinha sido abandonada, os sobreviventes alimentaram-se da carne dos passageiros mortos, que havia sido preservada na neve.

Avião cai nos Andes, 16 sobrevivem por meses comendo corpos dos mortos - Foto: Reoprodução

As equipes de resgate não tiveram conhecimento da existência de sobreviventes até 72 dias depois do acidente quando os passageiros Fernando Parrado e Roberto Canessa, depois de uma caminhada de 10 dias através dos Andes, encontraram um chileno huaso, que lhes deu comida e, em seguida, alertou as autoridades sobre a existência dos outros sobreviventes. Até esse primeiro encontro de socorro, eles haviam passado mais de dois meses abandonados nos Andes.

Muitas técnicas tiveram que ser desenvolvidas pelos sobreviventes, tais como: aprender a derreter neve para produzir água, fazer precários e insuficientes abrigos com o forro dos assentos da aeronave.

O último dos 16 sobreviventes foi resgatado em 23 de Dezembro de 1972, mais de dois meses após o acidente.

Na sexta-feira 13 de outubro de 1972, um turbo-hélice Fairchild FH-7827 D da Força Aérea Uruguaia voava sobre a Cordilheira dos Andes transportando a equipe de rugby do Uruguai para jogar uma partida no Chile. A viagem havia começado no dia anterior, quando o Fairchild partiu de Montevidéu, mas o clima forçou uma escala durante a noite em Mendoza. Assim, os pilotos teriam que voar para o sul de Mendoza paralelo aos Andes, em seguida, virar a oeste em direção às montanhas, voar através de uma passagem (Planchón), atravessar as montanhas e emergir do lado chileno do sul dos Andes de Curicó antes de finalmente voltar para norte e iniciar a descida para Santiago, depois de passar por Curicó.

Avião cai nos Andes, 16 sobrevivem por meses comendo corpos dos mortos - Foto: Reoprodução

Depois de retomar o voo na tarde de 13 de Outubro, o avião voava em breve através da passagem nas montanhas. O piloto notificou os controladores aéreos que estava sobre Curicó, Chile, e foi autorizado a descer. Isso viria a ser um erro fatal. Visto que a passagem estava encoberta pelas nuvens, os pilotos tiveram que se fiar segundo o tempo normalmente necessário para atravessar a passagem (Navegação estimada). No entanto, eles erraram ao não levarem em consideração os fortes ventos de proa que em última análise, retardaram o avião aumentando o tempo necessário para completar a travessia. Eles não foram tão longe como eles pensavam que estavam. Como resultado, a curva e descida foram iniciados muito cedo, antes que o avião tivesse passado através das montanhas, levando a um voo controlado contra o solo.

Mergulhando na cobertura de nuvens enquanto ainda sobrevoava as montanhas, o Fairchild logo caiu próximo a um pico sem nome (mais tarde batizado como Monte Seler), localizado entre Cerro Sosneado e Tinguiririca Volcán, em setor correspondente à fronteira montanhosa entre o Chile e a Argentina.

O avião atingiu um pico a 4,2 mil metros (13,8 mil pés), simplesmente separando a asa direita, que foi jogada para trás com força, cortando o estabilizador vertical, o que deixou um buraco na parte traseira da fuselagem. A aeronave então acertou um segundo pico, que separou a asa esquerda. Uma das hélices cortou a fuselagem conforme a asa foi separada.

Na sequencia, a fuselagem bateu no chão e deslizou por uma encosta íngreme da montanha antes de finalmente chegar a descansar num banco de neve. A localização do local do acidente é 34° 45′ 54″ S, 70° 17′ 11″ O), em setor pertencente ao município argentino de Malargüe (Departamento de Malargüe, Província de Mendoza).

Das 45 pessoas que estavam no avião, 12 morreram no acidente ou pouco depois (incluindo o piloto); outros cinco morreram na manhã seguinte (entre eles o co-piloto), e mais uma vítima sucumbiu aos ferimentos no oitavo dia. Os 27 sobreviventes restantes enfrentaram sérias dificuldades em sobreviver ao congelamento no alto das montanhas[9]. Muitos tinham sofrido ferimentos do acidente, incluindo as pernas quebradas nos assentos da aeronave empilhados juntos. Os sobreviventes não tinham equipamentos, tais como roupas para o frio e calçados de montanhismo adequados para a área, óculos de proteção para prevenir cegueira da neve.

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