Uma das ocorrências mais estranhas e ao mesmo tempo milagrosas da história da aviação comercial mundial, verificou-se no dia 9 de Junho de 1990, com o voo 5390, um modelo BAC 1-11, da Companhia Britsh Airways. O voo fazia a rota Birmingham, Inglaterra, para Málaga, na Espanha. Quando a eronave já se encontrava a 5.300 metros de altura, um dos parabrisas dacabine despencou, abrindo um enorme vácuo e um barulho ensurdecedor.
Com isso, o capitão-comandante Tim Lancaster foi sugado para fora do avião, ficando preso com metade do corpo para a parte externa. O avião passara por uma revisão de rotina no dia anterior e o encarregado de manutenção equivocou-se na substituição do para-brisa da cabine, deixando-o vulnerável ao impacto do ano externo. Semi-consciente, o piloto ficou enganchado sobre a cabine no exterior do avião, resultando numa situação grotesca, somente vista em filmes no cinema, bem ao estilo de cenas de “Aértem os cintos, o piloto sumiu”, filme produzido em 1980.
O co-piloto Alistair Atcheson tentava devolver a estabilidade à aeronave. O risco de colisão com outro avião era alto, já que se encontravam num dos espaços aéreos com mais tráfego no mundo. Disse o "may-day" com dificuldades pois era impossível escutar o rádio com um vento de mais de 500 quilômetros por hora lhe açoitando a cara. A nave então perdia altitude a 30 metros por segundo.
O co-piloto teve audácia, coragem e equilíbrio para retornar o avião para um pouso de emergência, salvando a vida dos 81 passageiros e 6 tripulantes, inclusive a do comandante Tim Lancaster, que levou vários dias hospitalizado para se recuperar.
Tempos depois, o co-piloto Alistair Atcheson foi contemplado com a cobiçada medalha ao mérito aéreo e seus colegas receberam inumeráveis homenagens e prêmios por seu valor em uma viagem onde a metade do capitão sobreviveu ao voo no exterior, contra todos os prognósticos. Menos de 6 meses depois, após recuperar-se das fraturas, o capitão Tim Lancaster já estava voando de novo.