Um avião Boeing 727, de prefixo PT-TYS, que fazia a rota Belém (PA), Fortaleza, no Ceará, a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com escalas, no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Florianópolis, chocou-se com a encosta do Morro da Virgínia, a 32 quilômetros do aeroporto da Capital de Santa Catarina, matando 55 de seus ocupantes. O acidente se deu durante a aproximação para o pouso no Aeroporto Hercílio Luz.
Só três sobreviveram. Eram 50 passageiros e 8 tripulantes no total de 58. O Boeing pertencia à antiga empresa aérea Transbrasil. O acidente ocorreu no dia 12 de abril de 1980, há 42 anos. Era o voo 303, uma das rotas mais extensas operadas pela Transbrasil. Após cair na fazenda de produção agrícola, a aeronave pegou fogo.
A aeronave destruída havia sido fabricada em 1966 e adquirida pela Braniff. Após alguns anos operando na empresa aérea americana, o Boeing 727 foi vendido em 1976 juntamente com outras 13 aeronaves similares para a empresa aérea brasileira Transbrasil, onde recebeu o prefixo PT-TYS.
Iniciado na manhã de 12 de abril, o Voo Transbrasil 303 ligava Belém a Porto Alegre, com escalas em Fortaleza, Brasília, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Florianópolis. Após decolar de Belém e realizar a maior parte de suas escalas, o Boeing 727 que realizava esse voo decolou do aeroporto de Congonhas no início da noite e tinha como destino Florianópolis, última escala prevista antes de Porto Alegre, destino final daquele voo.
As condições meteorológicas na região de Florianópolis eram ruins naquela noite, dificultando a aproximação do 727. Após realizar o bloqueio do radiofarol não-direcional (NDB) de Florianópolis, localizado junto a ponte Hercílio Luz, o Boeing 727 da Transbrasil realizou a descida de 3 mil para 2 mil pés e iniciou o procedimento Delta de aproximação para pouso no aeroporto. Por volta das 20h38 min, a aeronave se chocou contra o lado norte do Morro da Virgínia, na localidade de Ratones, cerca de 24 km ao norte do aeroporto de Florianópolis. O forte impacto da aeronave com as árvores existentes no local fez com que a fuselagem fosse completamente destruída, lançando parte dos passageiros para fora da mesma, incluindo os três sobreviventes.
A Transbrasil vivia uma grave crise financeira desde 1975, sendo agravada pelo acidente e por incidentes, ameaças de greve, demissões, etc. Para não falir (em meados de 1987, a Transbrasil tinha uma dívida de cerca de US$ 120 milhões), a companhia aérea aceitou receber grandes aportes financeiros do governo brasileiro que chegou a intervir na direção da empresa entre 1988 e 1989. Após gestões desastrosas , a empresa encerrou suas atividades em 2003 - deixando uma dívida de cerca de R$ 1,5 bilhão.