As insinuações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a origem do coronavírus provocaram insatisfação nos governadores, que temem uma nova crise diplomática com o país asiático, provocando atraso nos insumos para a produção de vacinas no Brasil. Nisso, os líderes estaduais planejam uma agenda para dialogar com o embaixador chinês.
Diante da problemática, o presidente do Fórum dos Governadores, o piauiense Wellington Dias (PT) indicou a CNN Brasil que a manifestação de Bolsonaro provoca um 'curto-circuito' nas relações com a China, apontando que fará um apelo às autoridades do país, principal parceiro comercial do Brasil, no intuito de evitar atraso nas entregas do IFA (ingrediente farmacêutico ativo), sendo que mais de 100 municípios apenas no Piauí já não têm a segunda dose da coronavac.
Além disso, Dias tenta um diálogo com a China em prol da antecipação de 30 milhões de doses ainda para este semestre. “Os estados brasileiros querem seguir utilizando a vacina Coronavac. Estamos pedindo agenda [com a China] para tratar de dois temas: cronograma de entrega e antecipação de 30 milhões de doses previstas para setembro”, disse.
Vale apontar que Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, que produz a coronavac, disse que há o risco de não ter mais vacinas após o dia 14 de maio, caso os insumos não cheguem.
Outro governador que demonstrou preocupação com a postura do presidente Bolsonaro foi Eduardo Leite, do PSDB do Rio Grande do Sul.
"Extremamente preocupante. Tem um ditado que diz: 'muito ajuda quem não atrapalha'. Definitivamente não serve ao Presidente, que faz uma declaração lançando suspeitas e ataques sem provas sobre parceiro econômico importante e estratégico para a própria superação da pandemia", complementou.
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