O litoral do Piauí está ganhando destaque como um dos principais polos para projetos de energia eólica offshore no Brasil, segundo um relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Embora a energia eólica terrestre já esteja consolidada no país, a instalação de turbinas no mar desponta como uma alternativa estratégica, alinhada ao modelo de sucesso adotado por regiões como Europa, Ásia e América do Norte.
Seis projetos ainda aguardam licenciamento ambiental junto ao Ibama, com uma capacidade total de 13.014 megawatts (MW). As iniciativas são lideradas por empresas de grande porte, incluindo Shell, Equinor e Basford, com estimativas de investimento que variam entre R$ 13 bilhões e R$ 16 bilhões por gigawatt.
Ocean Winds e o projeto Vento Tupi
Entre os projetos em destaque, a Ocean Winds (OW) — uma joint venture das europeias EDPR e ENGIE — busca expandir sua presença no mercado offshore brasileiro. A empresa, que possui um portfólio global de 11,2 GW em sete países, vê no Brasil um mercado promissor para o desenvolvimento de energia eólica no mar. O principal foco da OW no Piauí é o projeto Vento Tupi, com capacidade prevista de 1 GW.
Bautista Rodríguez, CEO da Ocean Winds, ressalta o potencial do Brasil nesse segmento e destaca o avanço recente na regulamentação como um fator decisivo para atrair investimentos. A OW pretende explorar oportunidades também no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, além do Piauí, consolidando-se como uma líder no setor eólico offshore.
Projetos em andamento no Piauí
1. Vento Tupi – Ventos do Atlântico: 999 MW
2. Palmas do Mar – Bosford Participações: 1.395 MW
3. Projeto Piauí – Shell Brasil: 2.520 MW
4. Projeto Mangará – Equinor Brasil: 2.010 MW
5. Ventos do Atalaia – Monex Geração de Energia: 2.955 MW
6. Sopro do Piauí 1 – TotalEnergies e Gás Brasil: 3.135 MW
O conjunto desses projetos posiciona o Piauí como um protagonista na transição energética brasileira, atraindo investimentos bilionários e contribuindo para a diversificação da matriz energética do país. A implementação dessas iniciativas deverá fortalecer a infraestrutura local, gerar empregos e promover uma nova dinâmica econômica na região.