O subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, José Fernandez, anunciou em entrevista à BBC o interesse do governo americano em investir diretamente no Brasil para explorar minerais críticos essenciais à fabricação de baterias de veículos elétricos, como cobalto, lítio e níquel.
Atualmente, cerca de 80% desses minerais estão sob controle de países considerados autocracias pelos EUA, o que representa uma ameaça à competitividade da indústria americana a longo prazo. Nesse contexto, a expansão das fontes desses minerais se tornou uma prioridade para a administração Biden.
E a porta de entrada dos investimentos da gestão estadunidense está localizada no interior do Piauí, mais precisamente em Capitão Gervásio Oliveira. A agência governamental americana, Development Finance Corporation (DFC), aportou dezenas de milhões de dólares para a exploração de cobalto e níquel na região por meio da empresa TechMet.
A TechMet, alinhada aos interesses dos EUA, tem como objetivo desenvolver um suprimento independente desses minerais essenciais, reduzindo a dependência dos Estados Unidos das importações e garantindo um fornecimento robusto e diversificado.
O Brasil é visto como uma fonte promissora desses minerais críticos, e o subsecretário Fernandez destacou que o país possui grandes reservas. O apoio do governo americano visa incentivar empresas que atuem de forma responsável, respeitando direitos trabalhistas e ambientais.
O projeto apresentado pela TechMet e aprovado pelo governo dos EUA versa sobre a exploração de minerais críticos no Piauí, visando produzir níquel e cobalto adequados para a fabricação de baterias de íons de lítio. O investimento da DFC também apoiará o desenvolvimento de tecnologias e práticas de mineração mais eficientes e ambientalmente sustentáveis.
Com a exploração planejada de minério de níquel e cobalto, o projeto abrange a construção de uma mina a céu aberto e uma planta de processamento, além de outras infraestruturas necessárias. A pegada total do projeto abrange uma extensão de aproximadamente 1.164 hectares, sendo parte essencial para garantir um fornecimento seguro e confiável de minerais críticos.
Em relação a aspectos ambientais e sociais, o projeto será gerenciado de acordo com os padrões de desempenho de 2012 da Corporação Financeira Internacional, garantindo avaliação e gestão adequadas dos riscos e impactos ambientais e sociais, condições de trabalho seguras e eficiência na utilização de recursos, entre outros pontos essenciais.
É esperado que o investimento e a exploração desses minerais estratégicos no Brasil contribuam para a prosperidade econômica da região e para a segurança energética global, alinhados com os esforços de transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável.