Levantamento feito com base nas votações do Marco Temporal, Marco do Saneamento, MP dos Ministérios, Arcabouço Fiscal e Reforma Tributária reverbera que a bancada federal do Piauí é a mais alinhada ao Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, com 85% dos votos acompanhando o posicionamento da gestão. O índice do Piauí é 10 pontos percentuais superior a segunda colocada, que no caso é a bancada da Bahia, com 75% de alinhamento. Os Estados são seguidos por mais um ente nordestino, no caso o Ceará, em que o grau de ‘governismo’ é de 73%.
O indicativo mostra que os parlamentares do Piauí seguem uma postura similar com grande maioria do eleitorado local, que deu a Lula a maior votação proporcional de todo o Brasil. Na análise da classe política local, os dados aumentam a ‘dívida’ que o petista possui com o Estado, no sentido de dar mais atenção às suas demandas e conceder mais espaços.
No outro da balança, ou seja, as bancadas mais oposicionistas ao atual Governo, a liderança é de Mato Grosso, em que a convergência com as pautas defendidas por Lula na Câmara Federal é de somente 24%; seguida por Santa Catarina com 27% e Rondônia com 29%. Nesses entes, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal, foi vitorioso com uma margem robusta; o desempenho do líder da extrema-direita também influenciou na eleição proporcional, com os parlamentares eleitos, em maioria, alinhados a esse campo ideológico.
O levantamento reverbera o trabalho que Lula terá para adquirir uma base sólida na Câmara, especialmente nos Estados em que os congressistas foram eleitos na ‘esteira’ do bolsonarismo. Na volta dos trabalhos legislativos, em agosto, e ao longo do segundo semestre na Casa será possível traçar eventuais mudanças no índice de adesão das bancadas.
Vale reiterar que pelo Piauí, dos dez deputados federais eleitos, 8 deles são declaradamente da base lulista; os demais são do Progressistas, no entanto, Átila tem constantemente votado junto aos governistas, já Júlio Arcoverde acompanha em algumas ocasiões, como a Reforma Tributária, noutras, no entanto, costuma respeitar o indicativo da oposição.