Por Rany Veloso
No cargo há apenas 18 dias, em Brasília, o professor Dr. João Paulo Macedo, o novo reitor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR), foi a Brasília atrás de recursos para instituição, que apresenta dificuldades até com falta de servidores e pede a recomposição de mais de R$ 6 milhões para o orçamento deste ano. Durante reunião no Congresso Nacional nesta quinta-feira (16), o reitor apresentou ao deputado federal Florentino Neto (PT-PI) o projeto de construção do Hospital Universitário (HU).
Se sair do papel, seria o segundo HU do Piauí e integrado ao SUS (Sistema Único de Saúde), o que ajudaria não só Parnaíba, mas a região norte do Piauí, além de municípios do Ceará e Maranhão.
"Estou apresentando isso ao deputado Florentino Neto para que a gente possa começar a conversar mais amplamente como um projeto do governo do estado, do governo federal, da importância que tem para todo o Piauí e região (...) Para que a gente possa contribuir tanto para a qualificação e formação dos profissionais de Saúde, a gente tem quatro cursos da área de Saúde (Medicina, Fisioterapia, Biomedicina e Psicologia), mas também do ponto de vista para assistência da população", explicou o reitor.
PROJETO SERÁ APRESENTADO AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Florentino Neto vai apresentar a obra ao ministro da Educação Camilo Santana. De acordo com eles, os estudos de viabilidade técnica e para se integrar ao SUS, a relação de equipamentos necessários e o projeto de infraestrutura estão prontos. O terreno foi doado por um empresário quando Florentino era prefeito de Parnaíba.
FLORENTINO PEDE UNIÃO POLÍTICA
"Precisamos da unidade da classe política na defesa dessa pauta (...) Queremos trabalhar nessa meta, que é construir o Hospital Universitário de Parnaíba, da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, que também será um Centro de produção científica", enfatizou Florentino em entrevista ao blog.
De acordo com o projeto, serão necessários aproximadamente R$ 250 milhões para a construção do HU da UFDPAR.
SEM DINHEIRO SUFICIENTE PARA FUNCIONAR: FALTAM SERVIDORES
Com um orçamento menor em relação ao ano passado, o reitor João Paulo Macedo, disse que precisa do apoio dos parlamentares e financeiro do governo federal para que a Universidade funcione, faltam até funcionários, tanto professores, mas principalmente servidores técnicos administrativos.
"Há um déficit de servidores na Universidade, inclusive para que ela possa se colocar de fato como uma instituição autônoma diante da nossa tutora, que é a Universidade Federal do Piauí".
A saída para o problema seria concurso público para preencher as vagas, mas o processo é longo para um problema urgente. O certame precisa ser autorizado pelos Ministérios do Planejamento e Orçamento e Ministério da Educação e aprovado no orçamento da União de 2024.
NÚMEROS COMPROVAM DIMINUIÇÃO DOS REPASSES
A UFDPAR conta ao total, neste ano, com R$ 81,4 milhões para todos os gastos, o que envolve custeio das despesas discricionárias e assistência estudantil, como bolsas e restaurante universitário. No ano passado foram R$ 87,2 milhões. O que representa uma que da de 7%.
No custeio, que também é para investimento, houve uma redução de valores, da ordem de R$ 13,9 milhões em 2022 para R$ 11.780.374,00 em 2023.
Uma outra área atingida, por exemplo, foi a da Assistência Estudantil, de R$ 4.434.765,00 em 2022 caiu para R$ 3.090.462,00 em 2023.
REUNIÕES MARCADAS
Está prevista para o dia 8 de março uma reunião na Secretaria Nacional de Educação Superior do MEC para tratar do problema da falta de recursos.
O deputado Florentino Neto também afirmou que terão audiências com o secretário de Educação do Piauí, Washington Bandeira; o comandante do Corpo de Bombeiros e o governador Rafael Fonteles.
BAIXA NOS RECURSOS ENVIADOS ÀS UNIVERSIDADES FEDERAIS
Nesta semana, o reitor participou de reunião com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes da Instituições Federais de Ensino Superior) para tratar sobre a queda no repasse de recursos para as universidades nos últimos 4 anos.
"As universidades foram praticamente asfixiadas, do ponto de vista orçamentário, e é preciso que a gente tenha uma luta para a recomposição desse orçamento", criticou Macedo.
"O ideal é que a gente tenha pelo menos o orçamento de 2016, quando a gente estava em uma crescente de fortalecimento das universidades e lugar de importância na produção de conhecimento, de ensino, da pesquisa e da extensão", completou.
Há uma expectativa para recomposição dos orçamento a partir de março com R$ 1,75 bilhão para todas as universidades e institutos federais do país. O quê ainda não seria suficiente.
REAJUSTE NAS BOLSAS DE PESQUISA
O presidente Lula anunciou hoje (16) o aumento de 40% para bolsas de mestrado e doutorado e 25% para pós-doutorado, e 200% para iniciação científica. As bolsas não tinham reajustes há 10 anos.
O fato preocupa em parte os reitores, porque há previsão de impacto nas finanças, uma vez que algumas bolsas são custeadas com recursos próprios das universidades.