Por Rany Veloso
Um ano depois de dizer também em pronunciamento nacional que o Coronavírus era uma gripezinha e que iria passar rápido, Bolsonaro volta à rede na noite desta terça-feira (23) com um outro tom e negando posicionamentos negacionistas. Políticos foram às redes sociais para criticar a mudança repentina do presidente. Bolsonaro disse que 2021 será o ano da vacinação e que sempre defendeu e apoiou a compra dos imunizantes. Aliados do chefe do excutivo acreditam que neste momento só a vacina poderia ajudar a recuperar uma a popularidade, mas no ano passado o presidente chegou a dizer que não compraria os imunizantes da China.
Ainda sobre as vacinas, Bolsonaro disse que o Brasil é o 5º país do mundo que mais vacinou, enquanto o vacinômetro mostra que apenas 6% da população dos quase 211 milhões foi vacinada.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) disse que faltou "vergonha" e "verdade" na fala de Bolsonaro.
Os parlamentares também se pronunciaram. Para eles, Bolsonaro é mentiroso e tenta se esquivar da responsabilidade.
O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acredita que Bolsonaro foi obrigado a falar de vacina, mas esqueceu de outros graves problemas e que portanto não mudou nada. "Continua, infelizmente, patrocinando a morte de milhares de brasileiros".
Tábata Amaral (PDT-SP) perguntou como é que Bolsonaro consegue mentir tão "descaradamente" e "sem causar revolta generalizada" e finaliza "que apatia é essa que tomou conta de parte da nossa população?".
Alessandro Molon (PSB-RJ) foi às redes sociais afirmou que o pronunciamento foi mentiroso e o culpa pelo agravamento da crise. "Depois de boicotar o combate à pandemia, as vacinas e desprezar a o sofrimento das famílias, passa recibo".
Kim Kataguiri (DEM-SP) chamou Bolsonaro de genocida e declarou que "ninguém mais cai no seu papinho". Ele também bateu de frente com os dados sobre a vacinação.
Carla Zambelli (PSL-SP) defendeu Bolsonaro como se apenas o que o chefe do Executivo falasse fosse verdade sobre a vacinação no país. "Nosso país é o 5º do mundo em número de vacinas aplicadas e já comprou mais de 500 milhões de doses".
Porém das doses anunciadas pelo governo federal, nem todas estão com o contrato fechado. O último contrato assinado foi com a Pfizer que deve passar ao país 100 milhões de doses até o fim do ano.