Por Rany Veloso
O deputado federal Eli Borges (PL-TO), autor do pedido de urgência do PL do aborto, negou em entrevista coletiva que a votação do projeto que torna crime o aborto depois de 22 semanas de gestação seja uma moeda de troca para a sucessão do presidente Arthur Lira (PP-AL), que já está negociando apoio para o seu candidato.
"Nunca foi tratado disso. Desde que apoiamos o Lira deixamos claro para ele que essa [criminalização do aborto] era uma de nossas pautas (...) Uma coisa não tem nenhuma correlação a outra coisa", destacou.
Ao mesmo tempo afirmou que Lira valoriza a pauta da Frente Parlamentar Evangélica, a qual Borges é presidente, e com isso há uma vantagem.
"Toda vez que nossas pautas são valorizadas as pessoas que assim a entendem começam a ser observadas como pessoas que compreendem nossas demandas, mas nunca tratamos de questão de sucessão da casa nesses quesitos".
Eli citou outras prioridades da bancada, como a descriminalização das drogas e liberdade religiosa.
O deputado também negou que a sucessão da Câmara tenha sido discutida no PL mesmo que Bolsonaro tenha declarado apoio a Elmar Nascimento (União-BA), um dos cotados por Lira.
"Isso não se discutiu [no PL] (...) A palavra dele [Bolsonaro] tem muito peso, mas vai passar muita água embaixo da ponte".