Por Rany Velso
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse hoje ao blog que o governo Bolsonaro foi responsável pelo adoecimento da população Yanomami. Havia, de acordo com Dias, um projeto de desassistência em curso, anuência de garimpos ilegais, e um projeto de adoecimento da população, flagrantemente notado pelo cenário atual. Ele está disposto a depor em tribunais e organismos internacionais contra o ex-presidente.
“Um jovem de 16 anos morrendo de destruição?”, não tem outro nome: é abandono. “Como se justifica isso?”, questiona.
O ministro afirmou que todas as omissões serão investigadas e, se convidado, irá depor a organismos nacionais e internacionais sobre a situação que encontrou o povo Yanomami., “Ao mesmo tempo em que se busca os responsáveis, a nossa agenda é de reconstrução”, avaliou.
No último sábado, quando esteve na capital Boa Vista com o presidente Lula e mais 8 ministros, Wellington Dias declarou que o descaso do governo Bolsonaro matou de fome e pelo garimpo ilegal os indígenas. Segundo o ministro, o cime é de genocídio.
"FOI O DESCASO DO GOVERNO BOLSONARO QUE MATOU O POVO YANOMAMI"
"Mortes de fome, de muitos indígenas no país que é o quarto maior produtor de alimentos do mundo, isto é uma vergonha e, pelos depoimentos, um crime grave (...) Genocídio, agravado de ser dentro de um Território Yanomami, de proteção e responsabilidade federal, pois o poder central permitiu garimpo ilegal, mercúrio contaminando as águas e domínio de áreas de proteção federal com presença também de pessoas do crime organizado! O presidente Lula foi claro: ‘não vou permitir garimpo ilegal (...) Foi a indiferença e descaso do governo Bolsonaro quem matou o povo Yanomami", ressaltou.
CRISE SANITÁRIA DOS YANOMAMIS
47 crianças estão internadas em Boa Vista, capital de Roraima. 570 indígenas Yanomamis morreram nos últimos quatro anos por fome, desnutrição e malária. A principal suspeita é o avanço do garimpo ilegal na região, que contaminou a água com mercúrio.
O presidente Lula visitou a região no último sábado (21) com 9 ministros e decretou situação de emergência sanitária equiparada a uma epidemia.
O ministro da Justiça Flávio Dino determinou abertura de investigação pela Polícia Federal para apurar o caso e responsabilizar os culpados.
A Força Nacional do SUS foi enviada ao local, assim como cerca de 5 mil cestas básicas foram enviadas às comunidades isoladas pelo Ministério do Desenvolvimento Social.