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Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Na discussão do PL do aborto, Lula sanciona PL contra violência da mulher

Presidente abre espaço na agenda em aceno às mulheres. “Precisamos pensar em fazer um estatuto do bom comportamento do homem”, afirmou.

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Por Rany Veloso

Em meio ao debate do Projeto de Lei que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, Lula sancionou na tarde desta segunda-feira (17), no Palácio do Planalto, o projeto de lei 501/ 2019 que cria delegacias especializadas no atendimento à Mulher nas microrregiões dos estados, e também prevê a criação da Rede Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. "Precisamos pensar em fazer um estatuto do bom comportamento do homem", afirmou.

"Você vê, a lei Maria da Penha, ela foi um sucesso quando a lançamos, eu lembro que eu fiz campanha para a Dilma, que eu falava em todo comício eu falava da lei Maria da Penha. Ora, depois de quantos anos o agressor se transforma em vítima e volta a ameaçar a pessoa que foi vítima e criou a lei. Demonstra que a maldade não tem limite. É isso que está em jogo".

LULA FAZ ACENO AO CONGRESSO NACIONAL: "APESAR DE CONSERVADOR ... A GENTE CONSEGUE MAIORIA"

"Então eu quero dar os parabéns aos deputados, deputadas, senadores e senadores, porque mesmo o congresso sendo um congresso de uma maioria ideologicamente conservadora, a gente percebe que em determinadas circunstâncias a gente consegue uma maioria para provar coisas importantes, porque as pessoas vão evoluindo na medida em que as mulheres vão evoluindo".

PARTICIPARAM DA ASSINATURA DA SANÇÃO DO PROJETO DE LEI 

- Lula, presidente da República

- Janja Lula da Silva, primeira-dama

- Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves

- Ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha

- Senadora Janaína Farias

- Deputada federal Erika Kokay

- Deputada federal Benedita da Silva

- Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, Denise Dau

- Secretária-adjunta de Assuntos Parlamentares da SRI, Vivian Mendes

- Coordenadora do Observatório da Mulher contra a violência do Senado Federal, Maria Teresa Prado

SOBRE O PROJETO QUE CRIA REDES DE ENFRENTAMENTO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

De acordo com o texto aprovado pelo Congresso, os órgãos públicos de saúde, segurança, assistência social, justiça, direitos humanos e representantes da sociedade civil é quem vão compor as redes. 

O plano de atendimento à mulher e combate à violência terá de seguir critérios determinados, como, monitoramento eletrônico do agressor; reeducçaão e acompanhamento psicossocial do agressor; dispositivo móvel que garanta a proteção e a integridade física da mulher; aumento das delegacias de atendimento à mulher e do horário de funcionamento do Instituto Médico Legal para atender as vítimas de violência doméstica.

PL DO ABORTO PREVÊ PENA MAIOR À ESTUPRADA QUE COMETE ABORTO DO QUE AO ESTUPRADOR

O governo não trabalhou para barrar a aprovação da urgência do PL do aborto na Câmara, mas Lula quebrou o silêncio e se posicionou neste fim de semana, após encontro da cúpula do G7, na Itália. Presidente disse que é uma "insanidade" uma lei que pune meninas e mulheres vítimas de estupro em uma pena maior do que a dos próprios estupradores.

“Eu sou contra o aborto. Mas, como o aborto é uma realidade, precisamos tratar como uma questão de saúde pública. Eu acho uma insanidade querer punir uma mulher vítima de estupro com uma pena maior que um criminoso que comete o estupro".

MINISTRO DIZ QUE NÃO VÊ CLIMA PARA APROVAÇÃO DO PROJETO DO ABORTO

Nesta segunda, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais do governo, reiterou a posição do governo contra o PL e disse que vai trabalhar para barrar a aprovação do projeto.

"Do que eu ouço dos líderes acredito que não tenha clima nem ambiente, inclusive dos líderes de votar o mérito e acredito que não tem ambiente para se continuar o debate de um projeto que estabelece uma pena para o estuprador menor que para a menina estuprada (...)  Nós somos contrários qualquer ação que venha mudar a atual legislação sobre a interrupção da gravidez. Ainda mais num projeto como esse". 



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