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Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Marcelo Castro diz que não vai perseguir oposição no Piauí pelo orçamento

O senador escolhido como relator-geral do orçamento de 2023 teve emendas vetadas por Ciro Nogueira, mas afirma que não vai devolver na mesma moeda

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Por Rany Veloso

Mesmo após ter recursos vetados pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), o senador Marcelo Castro (MDB), escolhido como relator-geral do orçamento da União de 2023 resolveu, até agora, não praticar o "toma lá dá cá" e disse em entrevista exclusiva ao blog que não vai fazer distinção aos parlamentares da oposição ao governo do estado em relação às emendas parlamentares. Inclusive, as RP 9, que são as [emendas] de relator, conhecidas como orçamento secreto, pois não tinha transparência sobre valor liberado e destino.

"Nunca discriminei e nunca irei discriminar ninguém", mas colocou como condição a importância das obras para o desenvolvimento do Piauí. "Eu não vou deixar de ajudar os municípios do Piauí porque esse município é de ala A ou de ala B", continuou.

O senador havia denunciado em outra entrevista ao blog ser "perseguido" por Ciro Nogueira, dono da chave cofre do governo após decreto presidencial concedendo poderes sobre a execução do orçamento à Casa Civil.

Castro relembrou que tentou destinar emendas estimadas em R$ 40 milhões, mas foram negadas pelo governo federal. Uma delas ao Hospital da Universidade Federal do Piauí (UFPI), colocada como a maior necessidade do estado. "Precisamos fazer uma ala do câncer no Hospital Universitário do Piauí, que infelizmente neste ano eu havia colocado recursos para lá pela EBSERH, mas esses recursos foram vetados, mas agora não, essa é uma prioridade minha".

Castro também deu o exemplo de dois políticos que estão na oposição ao governo. "Suponhamos que Sílvio Mendes ganhasse a eleição, tenho certeza que o Sílvio Mendes tem certeza absoluta que eu jamais discriminaria o Piauí".

O outro é o prefeito da capital, Dr Pessoa, que era do MDB, mas agora comanda o Republicanos e ainda não declarou apoio a uma chapa majoritária. "Há uma reivindicação do vereador Luiz Lobão, do prefeito Dr Pessoa e do vereador Vinícius do Hospital da Mulher, que eu vejo como uma grande prioridade de Teresina (...) Eu espero conseguir recursos para essa obra".

GRANDE ARTICULAÇÃO POLÍTICA

Diante dos últimos episódios polêmicos sobre os recursos do orçamento vetados, nunca se poderia imaginar que Castro terminaria como relator-geral indicado por um bloco chamado "Unidos pelo Brasil", o qual compõe os partidos MDB e PP.

De fato, agora, Marcelo e Ciro devem, literalmente, se unir pelo Brasil, porque a proposta orçamentária para 2023 precisa ser discutida entre o relator e o governo, independente de quem vai assumir a presidência da República a partir do próximo ano. 

Mas antes, Ciro vai precisar digerir a escolha. Isso porque uma fonte próxima ao ministro, relatou ao blog que foram três noites mal dormidas.

Já Castro, apesar de afirmar que não irá fazer distinção em relação às emendas de relator, outros parlamentares acreditam que sim, é possível. Até porque as emendas também fazem parte do leque de recursos para conseguir apoio nas bases eleitorais.

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