Por Rany Veloso
Desde o início da semana em Brasília só se fala da saída do MDB e DEM do Blocão. Há quem diga que a mudança tem como meta a eleição para presidente da Câmara em 2021. Mas o senador Marcelo Castro, presidente do MDB no Piauí, acredita que a maior motivação tenha sido o tratamento do partido como sendo de Centrão sem ser. Isso significa que os reflexos da aliança de Bolsonaro com o PP, PL, Republicanos, Avante, Solidariedade, motivaram o desmembramento. Isso porque mesmo criticando a velha política do toma lá, dá cá, Bolsonaro trocou cargos importantes no governo por apoio político no Congresso.
Marcelo Castro disse ao blog que o MDB não indicou nenhum cargo no governo, até para ter uma certa liberdade e poder de criticar, quando necessário, como nos atos considerados antidemocráticos. "O MDB jamais apoiou e jamais apoiará atos desse tipo. É algo inegociável, é nossa essência, jamais apoiaremos qualquer governo que tenha posição autoritária contra democracia. Quem estiver no MDB com essa índole está na praia errada, é melhor que saia", afirmou.
O senador ainda comenta sobre as consequências de uma possível aliança, "caso o partido estivesse recebendo cargos do governo, em algum momento divergente teria apenas duas opções, ou concordaria ou teria que sair", o que de fato seria mais desgastante.
Marcelo Castro reconhece também que o partido vota em muitas matérias junto com o governo porque o objetivo é não criar dificuldade para a administração, porém com essa independência. "Temos um bom trânsito nesse governo, conversamos com ministros, mas não estamos indicando cargos", frisou.
VOTAÇÃO FUNDEB
O Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (Fundeb), já aprovado na Câmara, deve ser votado no Senado na próxima semana, e Marcelo Castro acredita que o fundo permanente também será aprovado no Senado, com poucas modificações.
O senador disse ao blog que é desde que o Brasil foi descoberto, o Fundeb foi a coisa mais importante para Educação. "O Fundeb, que começou no governo Fernando Henrique Cardoso, e levou esse nome no governo Lula e agora estamos tornando permanentes. Isso é muito importante até porque é o que garante salários aos professores, porque os estados recebem a complementação para ter um piso", pontuou.