Por Rany Veloso
Na decisão de mandado de prisão preventiva de Fabrício Queiroz, expedida pelo juiz Flávio Itaibaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o magistrado especifica o papel de Queiroz como operador financero do esquema de "rachadinha" dentro do gabinete do então deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Flávio Bolsonaro de abril de 2007 a dezembro de 2018.
De acordo com a investigação do Ministério Púbico do Rio de Janeiro (MPRJ), 11 ex-assessores do gabinete tinham relações muito próximas a Queiroz. E o que chamou atenção foi a forma de como os repasses de parte dos salários eram feitos. 69% dos valores passados a Queiroz foram transferidos em espécie, 26% por transferência bancária e 4% através de cheques. Chegando ao valor de mais de R$ 2 milhões recebidos pelo invetigado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e interferência nas investigações. E todas as transferências eram feitas em datas próximas ao recebimento dos salários da Alerj.
Além de ser operador financeiro, de acordo com o MPRJ, Queiroz era quem transferia parte do dinheiro dos salários dos assessores recebidos, em valores fracionados, a Flávio Bolsonaro. E também seria o responsável pelo pagamento de despesas pessoais da família do então deputado, como plano de saúde e mensalidade escolar, em dinheiro vivo. Em outubro de 2018 , os investigadores checaram o pagamento da escola das duas filhas de Fávio por Queiroz, e quando compararam com o extrato bancário do político e da mulher não há nenhum saque compatível com esse valor.
Há também anexado ao caso, o comprovante de um depósito realizado nominalmente por Queiroz à esposa de Flávio Bolsonaro. Fernanda Antunes Bolsonaro recebeu em 2011 no valor de R$ 25 mil.
Outro desdobramento da operação é que de acordo com a Justiça, Queiroz tinha o comanda de milícias no Rio de Janeiro.
VEJA A DECISÃO NA ÍNTEGRA NESTE LINK.
FLÁVIO BOLSONARO SE MANIFESTA EM NOTA
O blog entrou em contato com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ), que respondeu em nota às acusações e disse que se trata de mais um ilação de promotores da "injustiça" do Rio de Janeiro. Veja a nota na íntegra:
Trata-se de mais uma ilação de alguns promotores de injustiça do Rio. O patrimônio do Senador é totalmente compatível com seus rendimentos e isso ficará inequivocamente comprovado dentro dos autos.