Por Rany Veloso
Com 337 votos a favor e 125 contra, a Câmara aprovou no fim da noite desta quarta-feira (31), a Medida Provisória que estabelece a estrutura administrativa do governo, a quantidade de ministérios (são 37) e órgãos. E por um destaque (sugestão de mudança no texto) apresentado pelo PL de Bolsonaro, os deputados votaram "sim" para a recriação da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) que foi extinta no primeiro dia de governo Lula.
O deputado federal Florentino Neto, que é servidor de carreira da fundação, saiu do plenário mais de meia-noite comemorando. "Um dia que começa com uma vitória com a manutenção da Fundação Nacional de Saúde (...) Emocionante".
De acordo com o parlamentar, o retorno se deu por um consenso entre oposição e base do governo Lula. O deputado defendeu que o órgão tem um histórico junto à população brasileira e que agora tem como objetivo "sensibilizar o governo para uma Funasa viva, moderna e preparada para o futuro", disse.
MARCELO CASTRO ELOGIOU CÂMARA: "DEU UM PASSO IMPORTANTE"
O senador piauiense que iria indicar a presidência nacional da Funasa, durante entrevista, disse que a extinção do órgão foi um erro do governo. "Desde o primeiro instante fui contra à extinção da Funasa. Acho que foi um equívoco que o governo do presidente Lula cometeu. A Funasa é um órgão muito importante, sobretudo, para as regiões mais carentes, mais sofridas, mais distantes, mais abandonadas".
POR QUE ÓRGÃO INTERESSA PARLAMENTARES
A Funasa, responsável por pequenas obras de saneamento básico e infraestrutura, é um dos espaços mais cobiçados pelos políticos, isso porque tem uma alta capilaridade nas bases eleitorais, com ações em todos os municípios do país.
Com a mudança, um novo cargo federal surge e o coordenador da bancada do Piauí, Flávio Nogueira (PT), fará a indicação.
RECADO DE LIRA A LULA
Depois de um dia intenso de negociações, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer que não se responsabilizaria se a MP não fosse votada ou reprovada. Ele afirmou que o problema estava na falta de articulação política do governo e que havia uma insatisfação generalizada dos deputados pela falta de “atendimento” (leia-se pagamento de emendas)
“Só não posso e nem vou ser responsável por um resultado positivo ou negativo (…) Se for negativa a culpa é do governo”, disparou.
Após a votação, com a aprovação, Lira falou que essa seria mais "uma chance" dada ao governo e que agora o mesmo teria que andar com as próprias perna.