Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Flávio Bolsonaro sobre depoimento Pazuello: “decepcionou a oposição”; VÍDEO

O senador avaliou ao blog como o ex-ministro se saiu na CPI da Pandemia

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Por Rany Veloso

Mesmo sem cadeira titular na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) acompanha de perto os trabalhos, sobretudo quando é um aliado do governo. O filho do presidente da República disse ao blog que o depoimento do ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, decepcionou a oposição, pois ele não disse o que os senadores queriam ouvir. "Foi mais um dia frustrante para a oposição nessa CPI, uma vez que o general Pazuello foi bastante claro e objetivo, fazia questão de contextualizar as coisas para que não houvesse nenhum tipo de distorção, principalmente por parte de quem fazia a pergunta e queria a todo momento induzi-lo a responder algo que interesse à oposição", afirma.

O senador acredita que a CPI jamais derrubará o governo, mas que a própria vai implodir se não "seguir" os bilhões de reais desviados no combate à pandemia pelos estados e municípios, "isso é que tá matando".

Os senadores da ala governista seguem contentes com as respostas do ex-ministro, que até agora não responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro por nada. Na visão desses senadores não há nenhum crime em vista se depender da comissão.

Enquanto os ditos independentes e da oposição marcam pesado com documentos e falas de arquivo do ex-ministro e do presidente Bolsonaro na tentativa de contrapor, segundo eles, as mentiras ditas. Os senadores falaram inclusive na possibilidade de contratar uma empresa para a checagem de fatos simultaneamente. 

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) disse ao blog que Pazuello mentiu e por isso vai juntar todas as falas e encaminhar ao Ministério Público Federal para investigação. 

SOBRE O PRIMEIRO DIA DE DEPOIMENTO

Foram sete horas de sessão no primeiro dia de depoimento do general Eduardo Pazuello na CPI da Pandemia, mas não foi suficiente para responder todos os senadores inscritos. 

O ex-ministro negou ter ignorado a Pfizer na negociação de vacinas. Ele também negou que assumiu a Saúde para implantar o protocolo da Cloroquina. E afirmou que o Bolsonaro nunca deu ordens diretas para nada, nem para não negociar a Coronavac.


O senador Eduardo Braga (MDB-AM) se revoltou com Pazuello sobre a quantidade de dias que o Amazonas ficou sem oxigênio. O ex-ministro disse que foram apenas 3 dias de desabastecimento e que ficou sabendo da crise apenas no dia 10 de janeiro, enquanto há documentos do próprio Ministério da Saúde que apontam que Pazuello foi informado no dia 7 de janeiro.


SEGUNDO DIA DE OITIVA


Nesta quinta, o ex-ministro chegou literalmente blindado por assessores e seguranças. E assim que começou a sessão ele repetiu que responderia todas as perguntas mesmo com o Habeas Corpus.


Até o momento, Pazuello pediu desculpa por entrar sem máscara em um shopping de Manaus. Ele disse que havia entrado para comprar uma. "O que acredito que causou isso tudo é a compreensão de que eu sou uma pessoa pública e mesmo naqueles 8 metros de entrada eu fui mal interpretado. Peço desculpas por isso".


Sobre a crise de falta de oxigênio no Amazonas, que deixou ao menos 31 mortos nos dias 14 e 15 de janeiro, Pazuello jogou toda a responsabilidade à Secretaria de Estado de Saúde e à empresa que fornecia oxigênio. Deixou a entender que esse não era o foco do governo do estado.


Questionado porque não houve intervenção no Amazonas, o ex-ministro disse que a decisão foi do governador Wilson Lima que se reuniu com ministros e o presidente Jair Bolsonaro e optou por seguir na linha de frente da situação.


A respeito do aplicativo TrateCov, que tinha como base o tratamento precoce e também prescrevia Cloroquina para grávidas e crianças, Pazuello disse que o aplicativo não foi adiante e que foi ao ar porque o hackearam. Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que o povo de Manaus foi usado como cobaia e Flávio Bolsonaro retrucou.

   

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