Por Rany Veloso
Merlong Solano (PT-PI) criticou a permanência de bolsonaristas nos órgãos federais que são preenchidos por indicações de aliados do governo e se referiu a um como "extremista" propagando "aberrações". O deputado federal apontou para a retirada imediata do mesmo.
"Há casos gritantes de pessoas extremamente radicais e bolsonaristas ainda em cargos no estados. Inclusive no Piauí tem uma pessoa na Codevasf, daquele tipo que grava as maiores aberrações a respeito da visão de mundo da extrema direita, que é uma visão de exclusão e de valorização, não da vida, mas da morte. Então é preciso agilizar", ressaltou Merlong.
Constantememente, o apoiador do ex-presidente Bolsonaro, citado pelo deputado, grava vídeos com falas fortes contr Lula e um deles circulou entre os petistas.
A saga pela desbolsonarização continua. Com mais de dois meses de Lula na presidência, ainda há muitos espaços ocupados por indicações de aliados do ex-presidente em praticamente todos os estados, inclusive no Piauí.
O ministro Alexandre Padilha, da Secretaria das Relações Institucionais do governo, cobrou aos parlamentares as indicações dos nomes e nesta quarta-feira (08), o coordenador da bancada federal do Piauí, o deputado Flávio Nogueira (PT-PI), irá entregar pessoalmente ao ministro, pelo menos os que já foram enviados.
O blog apurou os nomes indicados até agora. Isso porque ainda há deputados e senadores indecisos e até fazendo a operação "pente fino". Alguns cargos exigem que o nomeado seja servidor de carreira e aí é necessário avaliar os riscos e o peso da escolha para que não tenha dor de cabeça no futuro, principalmente pelos posicionamentos do passado.
SERVIDOR SE MANIFESTA
Apesar do deputado Merlong não ter mencionado nominalmente a quem se referia, Daniel Pereira, conhecido como Daniel do Asfalto, se manifestou ao blog. Ele afirmou ser servidor concursado da prefeitura e cedido à Codevasf, mas ainda não saiu do cargo por um trâmite formal que apenas o novo superintendente pode fazer.
"Sou servidor público do município de Teresina concursado desde 2012, e fui cedido ano passado a pedido da CODEVASF. Estou lotado no setor de convênios e cumpro regularmente minha jornada de trabalho no órgão desde a minha cessão. A demora pela devolução de servidores cedidos é simplesmente por conta da briga dos deputados federais pelos cargos no Piauí", explicou.
O ex-candidato a vereador também disse estar ansioso para retornar ao cargo o qual ele pertence de fato.
"Já me coloquei à disposição de retorno ao meu órgão de origem, mas esse é um ato discricionário que cabe ao novo superintendente que vai assumir o órgão no Piauí. Eu, como servidor cedido, não posso fazer a minha própria devolução. Continuo coerente aos meus princípios e valores, sou oposição aos governos corruptos do PT. Aguardo com ansiedade a minha devolução ao meu órgão de origem".