Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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CPI das Apostas de Futebol: técnico diz que lucro era de R$ 2 MI por rodada

Presidente da Comissão, o piauiense Júlio Arcoverde, diz que depoimentos irão nortear trabalho da CPI

Por Rany Veloso

O presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Bravo, e os representantes do Ministério Público de Goiás Cyro Terra e Fernando Cesconetto apresentaram nesta terça-feira (30), em audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Resultados em Partidas de Futebol, um resumo das investigações sobre a manipulação de jogos de campeonatos estaduais e nacionais para favorecer apostadores.

Segundo Bravo, as casas de apostas envolvidas nas irregularidades tinham um lucro estimado de mais de R$ 2 milhões por rodada de campeonato. 

“A audiência foi importante para informar a Câmara dos Deputados sobre as apurações já feitas e nortear os nossos trabalhos”, disse o presidente da CPI, deputado Julio Arcoverde (PP-PI). 

Hugo Bravo, autor das primeiras denúncias sobre o caso, ressaltou que o futebol brasileiro ficaria seriamente comprometido, nos próximos quatro ou cinco anos, se o esquema não houvesse sido revelado. Segundo ele, o Brasil, principal exportador de jogadores do mundo, poderia perder esse mercado pela falta de credibilidade, uma vez que o esquema estava se expandindo, com a transformação de atletas aliciados pelo esquema em novos aliciadores.  

OPERAÇÃO PENALIDADE MÁXIMA

Fernando Cesconetto, promotor de Justiça, fez um balanço das operações Penalidade Máxima 1 e 2, do Ministério Público de Goiás, e informou que ainda há investigações em andamento. 

Ele salientou que os operadores do esquema tentavam manipular várias partidas ao mesmo tempo para ampliar os seus lucros, em detrimento da lisura das competições. 

A primeira fase da Penalidade Máxima, deflagrada em 14 de fevereiro deste ano, resultou em denúncias criminais contra 14 pessoas, entre apostadores e atletas. Já a segunda etapa, lançada em 18 de abril, gerou 16 novas denúncias criminais.

O procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra, colocou as informações já apuradas à disposição da CPI e disse que as novas provas serão encaminhadas imediatamente à comissão. 

De acordo com ele, punir os envolvidos na manipulação de jogos e proteger a lisura das competições são iniciativas fundamentais para preservar o futebol, que é um patrimônio do povo brasileiro.

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