Por Rany Veloso
A bancada feminina do Senado pediu ontem (04) espaço para fazer perguntas durante os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Elas reclamaram que dentre os 18 integrantes titulares e suplentes não há uma mulher. Ficou acordado que as senadoras teriam espaço, mas hoje quando o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), iria passar a palavra para Eliziane Gama (PDT-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), titular da Comissão, protestou e disse que não havia concordado porque a condição não está no regimento. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) apoiou Ciro e disse que o objetivo era dar uma "peia" no presidente Bolsonaro.
"Ninguém mais do que o meu partido respeita o papel das mulheres. Agora se foi um erro das lideranças não indicarem as mulheres a culpa não foi nossa", dispara Ciro.
Eliziane Gama respondeu: "só não entendo porque tanto medo das vozes femininas, Ciro e Marcos Rogério".
Ciro tenta esclarecer já um pouco exaltado: "tá vendo. É por isso que nós não queremos, porque as pessoas ficam querendo dar uma outra versão como se nós estivéssemos perseguindo as mulheres. Quem perseguiu as mulheres foi o seu partido que não lhe indicou senadora".
Logo em seguida a discussão aumentou e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) também questionou por que as mulheres não podiam participar da CPI.
Após o depoimento de ontem, de Luiz Henrique Mandetta, o governo tenta conter os ânimos para que não haja uma repetição com novos elementos que comprovem a ciência do governo sobre a gravidade da pandemia e o incentivo do uso de um remédio (cloroquina) que não tem eficácia científica comprovada.
Omar Aziz pediu desculpa a Nelson Teich pela cena e informou que vai levar a participação das mulheres na CPI para uma reunião que será realizada no fim do depoimento.
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