Por Rany Veloso
O clima esquentou na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (05). Os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e André Janones (Avante-MG) quase saíram no tapa durante uma sessão do Conselho de Ética. A confusão começou após Janones, acusado por rachadinha no seu gabinete, ser chamado "covarde" e "rachador" pelos deputados da oposição (vídeo abaixo). O Conselho analisava a representação contra Janones, que foi arquivada. Nikolas também já teve uma representação arquivada no colegiado.
Alguns minutos depois das acusações, Janones não resitiu à provocação e foi para cima de Nikolas Ferreira e Zé Trovão (PL-SC), com quem trocou empurrões. A assessoria de Janones teve que contê-lo. Também tiveram que segurar Zé Trovão. A Polícia Legislativa foi acionada. Nikolas e Janones chegaram a se desafiar para a briga fora do Congresso.
CONSELHO DE ÉTICA ARQUIVA ACUSAÇÃO DE RACHADINHA CONTRA JANONES
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu, por 12 votos contra 5, arquivar representação contra o deputado André Janones (Avante-MG).
O PL acusou o parlamentar de cobrar parte do salário dos servidores lotados em seu gabinete, em um esquema ilegal conhecido como "rachadinha". A denúncia teve como base reportagens publicadas pelo portal Metrópoles.
Em uma reunião tensa e marcada por troca de acusações entre deputados do governo e da oposição, André Janones reclamou que os deputados do PL tentaram intimidar os membros do conselho para votar contra ele.
Janones acusou um ex-assessor de adulterar um áudio utilizado na reportagem em que foi denunciado. "Abri mão do meu sigilo bancário, do meu Imposto de Renda. Meu patrimônio reduziu de 2018 para 2022 em mais de 80%. Não teve nenhuma prova material", defendeu-se.
O relator do processo disciplinar, deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), recomendou o arquivamento. Ele afirmou que a denúncia de rachadinha será investigada pela Justiça, mas o conselho não pode julgar atos anteriores ao mandato atual. "O relatório não entra no mérito. Existem precedentes de casos que ocorreram antes da atual legislatura que sequer foram trazidos ao Conselho de Ética, como os dos atos do Oito de Janeiro. Não pode ter dois pesos e duas medidas", argumentou.
Fonte: Agência Câmara de Notícias