Por Rany Veloso
Na manhã desta quarta-feira (31), o presidente da República, Jair Bolsonaro, participou de reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, junto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Logo após eles falaram sobre os principais pontos definidos no encontro.
Pacheco ressaltou a união e uma uniformização dos discursos em relação à pandemia. “É muito importante a comunicação, que haja um alinhamento da comunicação social do governo, da assessoria de imprensa da Presidência da República, no sentido de haver uma uniformização do discurso, de que é necessário se vacinar, usar máscara, higienizar as mãos, necessário o distanciamento social de modo a prevenirmos o aumento da doença no nosso país”.
Mas Bolsonaro voltou à tecla inicial contra governadores criticando medidas restritivas. “Tínhamos e temos dois inimigos, o vírus e o desemprego. O apelo que a gente faz aqui é que essa política de lockdown seja revista. Isso cabe na ponta da linha aos governadores e prefeitos. Porque só assim podemos voltar à normalidade”.
O presidente do Congresso pediu a sanção do projeto de lei Pró-Leitos aprovado ontem no Senado. O projeto prevê a aquisição de leitos de UTIs pela iniciativa privada, em troca de deduções no imposto de renda. Também cogitou a possibilidade de mudança na lei sobre compra de vacinas por empresas. Atualmente, pela lei, as empresas só teriam acessos às doses após a vacinação dos grupos prioritários.
Pacheco também repassou sugestões dos governadores, como a inclusão dos profissionais da Segurança Pública e da Educação no Plano Nacional de Imunização e a centralização de entregas de insumos às Secretarias de Estados de Saúde. Ele entende que esse é o caminho para o entendimento, mesmo um ano depois, "primeiro grande passo de unificação dos poderes da República", ressalta o senador.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que a primeira reunião serviu também para esclarecer alguns pontos. O deputado pede explicações sobre a diferença das vacinas enviadas (34 milhões) e aplicadas (18 milhões). "Fizemos uma solicitação para que o Ministério da Saúde crie um grupo de controle sobre os dados de vacinação, do número de vacinas distribuídas e pessoas vacinadas. É importante que a imprensa nos ajude nesta cobrança. Precisamos ter este importante controle sanitário".
O ministro da Saúde se pronunciou apoiando projetos aprovados no Congresso que permitem a aquisição de leitos e a possibilidade das empresas terem acesso mais rápido às vacinas. Queiroga também falou da logística da distribuição de oxigênio pelo país, o abastecimento das unidades de saúde com medicamentos importantes no tratamento da Covid. E fala novamente em uso racional do oxigênio, "poupar esse recurso para quem precisa dele". Sobre a elaboração de protocolos nas unidades de saúde, o ministro falou que está trabalhando com a Universidade São Paulo.
O médico se compromeu que a pasta se pauta e continuará seguindo evidências científicas.