Por Rany Veloso
Questionado se houve a tentativa de mudança na bula da Cloroquina para que fosse indicada a pacientes com Covid, o presidente da Agência Nacional da Agência Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, confirmou que durante reunião no Palácio do Planalto a dra. Nise Yamaguchi defendeu a ideia, mas não soube dizer de quem era a autoria do documento.
"Esse documento foi comentado pela Dr. Nise Yamaguchi [...] Quando houve uma proposta, isso me causou uma reação mais brusca. Isso não tem cabimento, isso não pode", declarou no depoimento.
Desde o início da sessão, Barra Torres insiste que a Anvisa é pautada de forma técnica e negou que a reprovação das vacinas russa e indiana, Sputnik e Covaxin, se deu por pressão política.
No caso da Covaxin, a Anvisa não concedeu o certificado de boas práticas, mas admitiu reavaliar o imunizante. Sobre a Sputnik V, Barra Torres disse que o processo está parado aguardando a documentação do relatório técnico. A agência barrou o uso da vacina no último dia 26.
"É uma questão regulatória. Não está em questão a relação entre Brasil e Rússia. Não espero, de maneira nenhuma, que impacte o entendimento entre os países", insistiu.
Barra Torres de mostrou a favor dos testes, das vacinas e contra o uso da Cloroquina no tratamento precoce.
Tanbém demonstrou arrependimento por ter se aglomerado com o presidente Bolsonaro em março de 2020. "Hoje tenho plena ciência de que se pensasse mais 5 minutos não teria feito. [...] Foi um momento em que não refleti na imagem negativa que isso passaria", afirmou.